O Instituto Butantan, unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e um dos maiores centros de pesquisa biomédica do mundo,
decidiu fazer um alerta sobre os riscos da “vacina-do-sapo”, técnica
indígena que promete proporcionar força, resistência e até mesmo a cura
de diversas doenças como câncer e depressão.
A amazônia é o maior laboratório natural do mundo e uma fonte inesgotável de fito medicamentos,sendo comum a biopirataria, que é praticada por estrangeiros abrigados em ONGS de fachada. |
Para o especialista, a presença comprovada de opioides, produzidos por glândulas de veneno do animal, pode levar a uma momentânea sensação de bem-estar, que vem se popularizando no Brasil e no mundo.
Os batráquios preferem habitar lugares úmidos, como nas cavernas das árvores gigantesca da floresta |
Ele explica que uma série de outros componentes podem ser encontrados na substância, mas que a maioria deles tem função desconhecida pela Ciência.
A aplicação do veneno precisa ser criteriosa e dosada, pois ainda é objeto de estudos científicos: os efeitos do uso em excesso, podem ser devastadores, podendo levar á parada cardíaca |
As reações são variáveis e, enquanto não existirem estudos comprobatórios sobre a sua eficácia, é necessário ter cautela.
O Veneno do sapo também é usado por pajés e feiticeiros em cerimonias especiais e fins medicinais. |
“A tendência da pesquisa científica atual é passar esse veneno por um processo de separação bioquímica, a fim de identificar somente a parte farmacologicamente ativa, que poderia servir como terapêutica alternativa.
É um trabalho difícil, que demanda muito tempo e esforço”, salienta o diretor do Laboratório de Biologia Celular do Instituto Butantan.
Há milênios, as populações nativas usam o veneno do sapo para caçar, nas setas das zarabatanas, ou nas pontas das flechas e lanças. |
A técnica da “vacina-do-sapo” tem origem indígena e é largamente utilizada pelos índios da Amazônia brasileira e peruana. Entretanto, seu comércio é proibido pela Anvisa e a sua utilização em larga escala representa um perigo ambiental, uma vez que a captura indiscriminada da espécie pode causar a sua extinção.
Em decorrência a sucessivas extrações, as glândulas produtoras de veneno podem entrar em colapso e parar de funcionar. “Com isso, o animal perde o seu principal sistema de defesa no meio ambiente e fica mais suscetível aos predadores”, finaliza o especialista do Butantan.
(DOL, com informações do Instituto Butantan)
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