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Brasil - PSTU
- Em um hotel luxuoso, cujo quintal é a praia de São Conrado (RJ), a
presidente Dilma irá colocar em prática um dos maiores crimes do seu
governo: a 11ª rodada dos leilões do petróleo, que acontecerá nos
próximos dias 14 e 15 de maio, com a presença de multinacionais
parasitas como Shel, Chevron, Repsol, Exxon Mobil Corp e British
Petroleum. Todas, é claro, sedentas pelo ouro negro brasileiro.
Seguindo
a lógica privatista de seu mandato, marcado já pela privatização dos
portos, aeroportos e rodovias, Dilma colocará a venda uma quantidade de
petróleo que revertida em dinheiro é maior que o PIB do país em 2012,
fechado na cifra de US$ 2,3 trilhões de dólares. Estima-se que serão
entregues às multinacionais 37 bilhões de barris de petróleo, o que
representa mais de US$ 3,7 trilhões de dólares.
No
total, serão colocados à venda 289 blocos, sendo 166 no mar – 81 em
águas profundas, 85 em águas rasas – e 123 em terra. Dilma, que venceu
as eleições com um discurso claramente contrário às privatizações para
se diferenciar do candidato tucano, cai em mais uma contradição e mostra
que os governos petista e tucano têm muito mais semelhanças que
diferenças: para entregar o petróleo brasileiro ao capital
internacional, Dilma está utilizando uma lei criada por Fernando
Henrique Cardoso, a lei 9.478, para privatizar a Petrobras.
Com
esta lei, FHC conseguiu acabar com o monopólio estatal do petróleo e
fatiou a companhia, abrindo o caminho para uma série de leilões do
petróleo. Não conseguiu privatizar a empresa e nem mudar o seu nome para
Petrobrax em virtude do enfrentamento e desgaste com a sociedade. As
mobilizações dos petroleiros, sobretudo na greve histórica de 1995,
também foram episódios decisivos na resistência vitoriosa à
privatização.
Antes com Lula e agora com Dilma, o
PT trilha o mesmo caminho do governo tucano. Não cessou os leilões do
petróleo, usa a Petrobrás para ajudar Eike Batista, impõe uma política
salarial rebaixada aos petroleiros (já são mais de 17 anos sem aumento
real) e aplica uma política nefasta de lucro a qualquer custo com o
aumento das terceirizações e dos acidentes de trabalho. Para cada
petroleiro concursado (cerca de 90 mil em todo Sistema Petrobras), são
quatro terceirizados (mais de 300 mil).
Com o
Procop, programa de "otimização de custos" anunciado pela companhia, o
risco de acidentes aumentou. Agora, com menos trabalhadores e mais
produção para agradar os acionistas, a empresa está sacrificando a
segurança dos petroleiros e das comunidades vizinhas às suas unidades
para obter taxas de lucro ainda maiores. Prova disso é o recente
vazamento de óleo no Terminal Almirante Barroso, em São Sebastião, no
dia 5 de abril. Com a manutenção precária de suas instalações, assédio
moral e efetivo reduzido de trabalhadores, o maior terminal aquaviário
da América Latina vivenciou um acidente que poderia ter sido facilmente
evitado.
Privatização na Transpetro não está descartada
Além
dos leilões do petróleo, Dilma também abriu caminho para uma possível
privatização dos terminais da Transpetro. Isso porque dentro do processo
de privatização anunciado por Dilma para os portos o terminal Alemoa da
Transpetro, que fica em Santos, está na lista dos 159 terminais
passíveis de licitação. E com a disponibilidade para uma possível
licitação com data agendada: 22 de outubro de 2014.
Punições e demissões aos trabalhadores petroleiros
A
repressão e criminalização dos movimentos sociais no Governo Dilma
ganharam expressão nas obras de Belo Monte, onde o Governo Federal tem
aplicado a política do cassetete para reprimir os trabalhadores que
estão em greve contra as condições degradantes de trabalho. Como um
verdadeiro agente da concessionária responsável pela obra e pela
imposição de um trabalho praticamente escravo, o governo Dilma também
tem sido conivente com a política de perseguições aos petroleiros no
Sistema Petrobrás.
Após o vazamento no Tebar, a
Transpetro iniciou uma espécie de caça às bruxas na unidade. Uma
comissão de investigação foi criada para transferir aos trabalhadores a
responsabilidade pelo vazamento. Punições que vão desde suspensão de 20
dias até demissão não estão descartadas pela empresa, que se recusa a
assumir a responsabilidade pelo acidente.
Há um
ano, justamente por denunciar as irregularidades na companhia e o
desrespeito às normas regulamentadoras e legislações sobre segurança, a
cipeira Ana Paula do Terminal Cabiúnas, em Macaé (RJ), foi demitida pela
empresa. Mais recentemente, na Refinaria Presidente Bernardes de
Cubatão (RPBC), um vazamento na refinaria já gerou a formação de uma
comissão que tem a mesma finalidade: jogar nas costas dos trabalhadores,
pressionados a garantir a produção a todo vapor custe o que custar, a
culpa por qualquer acidente ou erro operacional.
Petroleiros organizam calendário de lutas
Como
contraponto aos leilões do petróleo e ao clima de perseguição em que
vivem os trabalhadores, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
definiu um calendário de lutas para enfrentar os ataques da Petrobras e
do governo Dilma.
Mesmo paralisada por formar a
base do Governo, atuando no movimento sindical como um freio às lutas da
categoria, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) foi convocada pela
FNP a integrar este calendário. Infelizmente, até o momento não
respondeu ao chamado.
É preciso formar uma ampla
campanha com os diversos setores da sociedade e do movimento sindical
para fortalecer a campanha 'O petróleo tem que ser nosso'. O combate não
é apenas aos leilões do petróleo. A luta também é para colocar nas ruas
a bandeira histórica dos petroleiros e dos movimentos sociais por uma
Petrobrás 100% Estatal e pelo resgate do monopólio estatal do petróleo,
com o fim das concessões às multinacionais sem indenização.
Com
isso, seria possível reverter os recursos obtidos através do petróleo
para investimentos em educação, saúde, infraestrutura, transportes, etc.
Seria possível, mais ainda, baratear o preço da gasolina e do gás de
cozinha, gerando por consequência uma diminuição significativa nos
custos com alimentação e transporte, principalmente. O PSTU está nesta
luta e apóia a mobilização dos petroleiros.
Via Diario Liberdade
Boa Bueres, gostei da postagem.
ResponderExcluirAcho que o país não pode viver eternamente de políticas compensatórias, simplesmente porque os governo Lula/Dilma não tiveram até agora coragem para fazer o enfrentamento com o capital, ou seja, seguem a cartilha neoliberal e ficam tratando o povo com esmola, migalhas que sobram do banquete dos banqueiros, empreteiros e representantes do grande capital. Basta!!!!
Um abç e parabéns pela postagem. vou visitar mais vezes essse espaço.
Toquinho