Rede globo - mais uma vez - subestima telespectadores e pariu uma matéria velha como se nova fosse |
Ninguém
discute que Rosane Collor seja uma personagem interessante para um
programa dominical na televisão. O que espantou em sua aparição no
“Fantástico” foi a tentativa de transformação de uma entrevista sem
maiores novidades num evento de enorme importância.
Anunciada pela Globo desde a
sexta-feira, e deixada para ser exibida no final do programa, depois de
uma dezena de chamadas, a entrevista foi uma ducha de água fria.
“Revelações inéditas que confirmam boa
parte do que Pedro Collor, o irmão de Fernando Collor, disse há 20
anos…”, afirmou a repórter Renata Ceribelli logo no início, deixando
claro que não haveria nada de novo na entrevista.
Os primeiros dez minutos do encontro,
que durou 25, foram dedicados à amplificação de uma história já
conhecida sobre rituais de “magia negra” realizados na casa de Fernando
Collor em Brasília, à época em que era presidente da República.
Como lembrou o próprio “Fantástico”,
tanto Pedro Collor quanto a “feiticeira” que os realizou já haviam
falado destes rituais em entrevistas. “Então no livro você vai falar
justamente dos rituais que ele não gostaria que fossem contados?”,
perguntou Ceribelli, ajudando a demonizar a prática e extraindo de
Rosane a informação que houve trabalhos em cemitérios e sacrifícios de
animais.
Um dos momentos mais comentados e
engraçados da entrevista deu-se quando Rosane disse: “Não acredito em
coincidência, acredito em jesuscidência”. Quem assistiu, porém, a entrevista dada
a Eliane Trindade, exibida pela TV Folha em maio, notou que a frase,
na verdade, é um bordão que ela repete com frequência.
Naquela entrevista, a ex-primeira-dama
falou que tem interesse em disputar uma cadeira no Congresso, tema que
não foi abordado no “Fantástico”.
Para Ceribelli, Rosane entrou em
detalhes sobre a notória relação de Collor com PC Farias, tesoureiro de
sua campanha, e sobre o medo que tinha que o então marido cometesse
suicídio depois que o Congresso aprovou o processo de impeachment – uma
revelação que o próprio ex-presidente fez ao “Fantástico” em 2005,
como foi lembrado.
A maior novidade foi deixada para o 25º
minuto da entrevista. Rosane Collor revelou que recebe R$ 18 mil de
pensão do ex-marido, mas reivindica uma revisão deste valor na Justiça.
Citou uma amiga recém-separada, cujo marido não é ex-presidente nem
senador, que recebe pensão de R$ 40 mil.
Mauricio Stycer
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