Na mesma semana em que Chico Caruso publicou sua charge infeliz, um jornal inglês faz a sua besteira.
Na mesma semana em que o cartunista Chico Caruso fez uma das charges
mais despropositadas dos últimos anos no Globo, o celebrado chargista
inglês Gerald Scarfe está sendo duramente criticado por um trabalho.
Scarfe retratou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu construindo um
muro, cimentado com sangue e pedaços de corpos de palestinos, no jornal
Sunday Times.
Após uma reação indignada, Scarfe pediu desculpas imediatamente.
Especialmente porque a data de publicação foi catastrófica: 27 de
janeiro, quando os judeus comemoram a libertação de Auschwitz.
Não foi só ele quem fez um mea culpa: o dono do jornal, o tycoon
Rupert Murdoch, também se manifestou no Twitter: “Gerald Scarfe nunca
refletiu as opiniões do Times. Não obstante, nós nos desculpamos pelo
cartum grotesco e ofensivo”.
Murdoch está fazendo média. Como uma empresa tem um colunista ou um
chargista há anos trabalhando se ele não reflete as posições do lugar?
Se não refletisse, não trabalharia lá. Simples assim.
Gerald Scarfe é o cartunista político do Sunday Times desde 1967.
Ficou famoso por mostrar Margaret Thatcher como um pterodáctilo sedento
de sangue. Depois fez a espetacular direção de arte do filme The Wall,
do Pink Floyd. É um gênio.
Como quase tudo na vida, inclusive o ônibus, foi também uma questão
de timing. Apesar do mau gosto, ela seria menos inoportuna se não fosse
publicada numa data importante para os judeus? Ao contrário de Caruso,
Scarfe publicou uma nota se lamentando em seu site: “Em primeiro lugar,
eu não sou, nem nunca fui, antissemita. Eu estava, de qualquer maneira,
estúpida e completamente desinformado de que a charge seria publicada no
Dia do Holocausto e peço perdão pelo timing infeliz”.
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