Caso Zezé Polessa é lição de vida...
No Blog da Cidadania
Um caso doloroso envolveu a atriz Zezé Polessa e motorista da Globo que a
levava de casa à gravação da novela Salve Jorge e errou o caminho,
fazendo-a se atrasar para evidente compromisso importante, desencadeando
bronca veemente da atriz. O motorista acabou falecendo de ataque do
coração por, supostamente, ter ficado nervoso com a reprimenda.
De um lado, há acusações de arrogância da atriz que são justificáveis porque pessoas dos estratos mais abastados costumam agir assim com subalternos. De outro lado, dizem que tentam “linchá-la” por reação igualmente justificável de se irritar com um motorista que, pago para conhecer caminhos, a levou a lugar errado, o que por certo lhe causou danos.
Que atire a primeira pedra quem nunca se irritou com um motorista de táxi, por exemplo, que errou o caminho e lhe causou atraso que, muitas vezes, pode ser muito prejudicial. Contudo, quantas vezes já não vimos um subalterno sendo humilhado enquanto se apavora e se submete à humilhação com medo de ser demitido?
Uma procuradora do Ministério Público decidiu abrir investigação contra a atriz, pois é muito provável que sua atitude destemperada diante da falha do serviçal possa ter desencadeado o ataque do coração que ele sofreu, o que seria agravado caso Polessa soubesse dos problemas de saúde do homem – o que parece pouco provável.
Discordo de opinião que está surgindo de que a conduta da procuradora é, apenas, vontade de aparecer. Uma vida humana foi perdida e, ainda por cima, durante o desempenho de função empregatícia da vítima. Ora, quem tem poder nesse tipo de relação, em uma situação como essa deve, no mínimo, dar explicações, as quais devem, sim, ser investigadas.
Por outro lado, penso que daí a partirmos para condenar primeiro a atriz e investigarmos depois o que foi que aconteceu, vai uma distância imensa. Uma das pragas que se abatem sobre este país é justamente essa, de atirarmos primeiro e perguntarmos depois.
Por fim, esse caso terrível deve servir de lição a todos nós que nos valemos da prestação de serviços de outras pessoas. Reclamar de erros que possam cometer e que nos causam danos é legítimo. Contudo, a vida que se leva nos dias de hoje não pode nos levar a transformar uma reclamação em uma sessão de humilhação daquele que errou.
Em vez de lincharmos alguém que pode, sim, ter errado – e feio –, talvez seja melhor tirarmos uma lição de vida desse caso, buscando sempre nos lembrarmos de que uma pessoa que nos presta serviço não pode ser tratada como escrava, até porque nunca se sabe que dramas pessoais podem levá-la a errar no desempenho de suas funções empregatícias.
De um lado, há acusações de arrogância da atriz que são justificáveis porque pessoas dos estratos mais abastados costumam agir assim com subalternos. De outro lado, dizem que tentam “linchá-la” por reação igualmente justificável de se irritar com um motorista que, pago para conhecer caminhos, a levou a lugar errado, o que por certo lhe causou danos.
Que atire a primeira pedra quem nunca se irritou com um motorista de táxi, por exemplo, que errou o caminho e lhe causou atraso que, muitas vezes, pode ser muito prejudicial. Contudo, quantas vezes já não vimos um subalterno sendo humilhado enquanto se apavora e se submete à humilhação com medo de ser demitido?
Uma procuradora do Ministério Público decidiu abrir investigação contra a atriz, pois é muito provável que sua atitude destemperada diante da falha do serviçal possa ter desencadeado o ataque do coração que ele sofreu, o que seria agravado caso Polessa soubesse dos problemas de saúde do homem – o que parece pouco provável.
Discordo de opinião que está surgindo de que a conduta da procuradora é, apenas, vontade de aparecer. Uma vida humana foi perdida e, ainda por cima, durante o desempenho de função empregatícia da vítima. Ora, quem tem poder nesse tipo de relação, em uma situação como essa deve, no mínimo, dar explicações, as quais devem, sim, ser investigadas.
Por outro lado, penso que daí a partirmos para condenar primeiro a atriz e investigarmos depois o que foi que aconteceu, vai uma distância imensa. Uma das pragas que se abatem sobre este país é justamente essa, de atirarmos primeiro e perguntarmos depois.
Por fim, esse caso terrível deve servir de lição a todos nós que nos valemos da prestação de serviços de outras pessoas. Reclamar de erros que possam cometer e que nos causam danos é legítimo. Contudo, a vida que se leva nos dias de hoje não pode nos levar a transformar uma reclamação em uma sessão de humilhação daquele que errou.
Em vez de lincharmos alguém que pode, sim, ter errado – e feio –, talvez seja melhor tirarmos uma lição de vida desse caso, buscando sempre nos lembrarmos de que uma pessoa que nos presta serviço não pode ser tratada como escrava, até porque nunca se sabe que dramas pessoais podem levá-la a errar no desempenho de suas funções empregatícias.
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