O risco de destruição de um dos maiores e mais belos rios da Amazônia
"só existe por causa da omissão das autoridades, em nível municipal,
estadual e federal, e pela omissão da sociedade".
No Blog do Dutra
No Blog do Dutra
Por: José Parente de Souza*
Em comentário à matéria publicada neste blog,
"Tapajós poluído de novo? Notícia de ontem, notícia de hoje", o
jornalista José Parente de Souza, de Itaituba, afirma que o problema é
grave e que o Rio Tapajós está correndo sério risco de voltar a ser um
grande esgoto a céu aberto, como já ocorreu noa anos 1980. Diz ele:
Caro Dutra.
O maior problema do Rio Tapajós, neste momento, vai muito além dessa referência da exploração feita nas encostas do citado rio. Muito antes de serem construídas usinas hidrelétricas, a coloração das lindas águas de nosso rio estará completamente mudada pela exploração ilegal de ouro em seu leito.
Dezenas de dragas, grande número delas vindas do estado de Rondônia, onde destruíram o rio Madeira, encontram-se atualmente no nosso Tapajós. Algumas trabalham 24 horas por dia.
Conversei com um dragueiro vindo de Porto Velho, ao qual perguntei por que ele tinha se mudado para cá. Ele respondeu que a produção tinha caído muito por lá, mas, que no Tapajós estava indo muito bem, obrigado.
Este fato tem sido denunciado por mim, no meu blog e no Jornal do Comércio (Itaituba), pelo colega Weliton Lima e pelo deputado federal Dudimar Paxiúba, que causou um alvoroço muito grande há mais ou menos três meses, quando, na tribuna da Câmara Federal falou sobre esse problema. Houve até denúncia de ameaça de morte contra ele por conta disso.
As autoridades de Itaituba têm conhecimento pleno do que está acontecendo; em Santarém tem muita gente que sabe, o mesmo acontecendo com as autoridades de Belém relacionadas ao meio ambiente. Porém, ninguém toma providência alguma. O silêncio tem sido a resposta de quem deveria já estar trabalhando para evitar que essa degradação continue impunemente.
Causa-me admiração o fato de até mesmo a imprensa de Santarém ignorar totalmente o assunto. Por lá, parece que o problema está acontecendo em outro continente, bem longe daqui. Quem tiver oportunidade de fazer um sobrevôo na área onde se encontram as dragas vai ter uma visão dantesca do que está ocorrendo.
Espero que este sussurro transforme-se num grito forte de todos os que
se preocupam com a sobrevivência do rio Tapajós.
Isso serve, também, para aqueles que se dizem muito preocupados com o que poderá acontecer após a construção de barragens, pois estamos falando do mesmo rio, mas, esse pessoal permanece calado.
O problema só existe por causa da omissão das autoridades, em nível municipal, estadual e federal, e pela omissão da sociedade.
Com a ausência de quem deveria agir para regular a atividade mineral e reprimir a exploração ilegal, que degrada o meio ambiente, praticada por gente que não emprega mão de obra de Itaituba e da região, que se abastece fora deste município e que ainda por cima vende o ouro que produz, fora, só restam aos poucos que se incomodam com isso continuar bradando.
Caro Dutra.
O maior problema do Rio Tapajós, neste momento, vai muito além dessa referência da exploração feita nas encostas do citado rio. Muito antes de serem construídas usinas hidrelétricas, a coloração das lindas águas de nosso rio estará completamente mudada pela exploração ilegal de ouro em seu leito.
Dezenas de dragas, grande número delas vindas do estado de Rondônia, onde destruíram o rio Madeira, encontram-se atualmente no nosso Tapajós. Algumas trabalham 24 horas por dia.
Conversei com um dragueiro vindo de Porto Velho, ao qual perguntei por que ele tinha se mudado para cá. Ele respondeu que a produção tinha caído muito por lá, mas, que no Tapajós estava indo muito bem, obrigado.
Este fato tem sido denunciado por mim, no meu blog e no Jornal do Comércio (Itaituba), pelo colega Weliton Lima e pelo deputado federal Dudimar Paxiúba, que causou um alvoroço muito grande há mais ou menos três meses, quando, na tribuna da Câmara Federal falou sobre esse problema. Houve até denúncia de ameaça de morte contra ele por conta disso.
As autoridades de Itaituba têm conhecimento pleno do que está acontecendo; em Santarém tem muita gente que sabe, o mesmo acontecendo com as autoridades de Belém relacionadas ao meio ambiente. Porém, ninguém toma providência alguma. O silêncio tem sido a resposta de quem deveria já estar trabalhando para evitar que essa degradação continue impunemente.
Causa-me admiração o fato de até mesmo a imprensa de Santarém ignorar totalmente o assunto. Por lá, parece que o problema está acontecendo em outro continente, bem longe daqui. Quem tiver oportunidade de fazer um sobrevôo na área onde se encontram as dragas vai ter uma visão dantesca do que está ocorrendo.
Nota do MVIVA. O mercúrio é o único metal líquido - super venenoso - da natureza; possui a incrível capacidade de capturar e agregar os pequenos grânulos e berloques de ouro, feito um imã. Dai ser largamente usado,tanto em terra como no mar, pelos agressores da natureza. Mesmo sendo proibido o seu uso pelas autoridades brasileiras, é largamente utilizado nos rios e garimpos, onde chega contrabandeado por quadrilhas internacionais, sendo largamente usado tanto nas barcas-dragas que possuem motores acoplados a poderosas bombas sugadoras que extraem os cascalhos do leito dos rios (agredindo todo,eu disse todo!, o eco-sistema ,envenenendo os peixes entre outras vidas marinhas), trazendo desta forma este material para ser 'lavado' a bordo, sendo devolvido ao mar somente depois de passar por uma esteira de madeira em formato de escada, ,forrada com feltro, onde o mercúrio esta depositado. |
Isso serve, também, para aqueles que se dizem muito preocupados com o que poderá acontecer após a construção de barragens, pois estamos falando do mesmo rio, mas, esse pessoal permanece calado.
O problema só existe por causa da omissão das autoridades, em nível municipal, estadual e federal, e pela omissão da sociedade.
Com a ausência de quem deveria agir para regular a atividade mineral e reprimir a exploração ilegal, que degrada o meio ambiente, praticada por gente que não emprega mão de obra de Itaituba e da região, que se abastece fora deste município e que ainda por cima vende o ouro que produz, fora, só restam aos poucos que se incomodam com isso continuar bradando.
Ass: Jota Parente
* José Parente de Souza, é jornalista |
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