15 de janeiro de 2013
Reuters
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse que
está otimista sobre a Venezuela continuar apoiando as negociações de paz
com a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no
caso de o presidente venezuelano, Hugo Chávez, morrer e ser sucedido no
cargo pelo vice-presidente Nicolás Maduro.
Chávez, um líder socialista ferrenho que luta para se recuperar de uma cirurgia para tratar um câncer, desempenhou um papel importante nas negociações entre a Colômbia e as Farc, que tentam pôr fim a quase cinquenta anos de guerra.
"Estou otimista, se Maduro for a pessoa que substituir Chávez, com a
continuação do apoio venezuelano", disse Santos em um programa de debate
na Rádio Caracol na noite de segunda-feira.
Ele reconheceu a ajuda de Maduro (foto abaixo) nos estágios iniciais das
conversações de paz, que ocorreram em Cuba e entraram na terceira rodada
nesta terça-feira, dizendo que Chávez tinha nomeado Maduro para "levar
adiante o processo".
Chávez, que faltou à sua própria posse, na semana passada, de um novo mandato de seis anos, não é visto em público nem ouvido desde que foi submetido a uma quarta cirurgia, há um mês. O governante de 58 anos sofre de uma forma de câncer não revelada em sua região pélvica.
O silêncio de Chávez, um notório comunicador, convenceu muitos
venezuelanos de que seus 14 anos governando a nação sul-americana
poderiam estar chegando ao fim.
Antes de partir para Havana, Chávez fez um apelo para que os
venezuelanos apoiem Maduro se o câncer o deixar incapacitado. Desde a
operação de 11 de janeiro ele vem sofrendo complicações múltiplas,
inclusive uma grave infecção pulmonar, segundo boletins oficiais
concisos.
A Constituição da Venezuela diz que uma nova eleição deve ser
realizada dentro de 30 dias se o presidente renunciar ou morrer.
Há o temor de que a morte de Chávez possa prejudicar as chances de se
chegar a um acordo de paz entre a Colômbia e os guerrilheiros.
A guerra de cinquenta anos na Colômbia desestabilizou as regiões
fronteiriças dos vizinhos Venezuela e Equador, tornando essas áreas
rotas de trânsito para armas e drogas.
No passado, governos colombianos acusaram a Venezuela em particular
de dar aos rebeldes das Farc refúgio e apoio. Mas laços entre Caracas e
Bogotá melhoraram dramaticamente desde que Santos assumiu o poder em
2010.
(Reportagem de Jack Kimball)
Estadão
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