CAMBAHYUBA VOLTA À CENA DO CRIME
Do incineramento ao assassinato de militantes políticos. A Guerra Suja não terminou.
O sítio Conversa Afiada reproduz texto da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”: USINA USADA PARA INCINERAR CORPOS DE MILITANTES NA DITADURA É PALCO DE ASSASSINATOS DE SEM TERRA
A usina Cambahyuba, localizada no município de Campos de Goytacazes (RJ), onde, durante a ditadura militar (1964-1985) foram incinerados em fornos os corpos de 10 militantes políticos, é palco de novos assassinatos, mas desta vez de militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Na última sexta-feira (21-01), o coordenador da ocupação na usina, Cícero Guedes dos Santos, foi assassinado por pistoleiros, com tiros na cabeça, quando saía da ocupação de bicicleta. Guedes dos Santos é o terceiro líder do MST morto em Campos em menos de dois meses.
Em decisão do juiz federal Dario Ribeiro Machado Júnior, divulgada em junho, a área, que pertencia ao já falecido Heli Ribeiro Gomes, ex-vice governador biônico do Rio, foi considerada improdutiva.
A informação de que militantes mortos nos centros de repressão Doi-Codi e Casa da Morte, no Rio de Janeiro, foram trazidas a público em maio, de acordo com confissão do ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), Cláudio Guerra. A informação consta do livro “Memórias de uma guerra suja”.
Segundo Guerra, o forno funcionou a partir de 1973, com assentimento de
seu ex-proprietário, o então ex-vice governador do Rio de Janeiro, Heli
Ribeiro.
“O complexo de fazendas tem sido palco de todo tipo de violência: exploração de trabalho infantil, exploração de mão de obra escrava, falta de pagamento de indenizações trabalhistas, além de crimes ambientais”, diz nota do MST.
A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” condena a violência contra os militantes da reforma agrária e defende a pronta investigação para esclarecer os motivos e punir os responsáveis por esse crime. Além disso, defende que a usina Cambahyba seja preservada como espaço de memória.
“O complexo de fazendas tem sido palco de todo tipo de violência: exploração de trabalho infantil, exploração de mão de obra escrava, falta de pagamento de indenizações trabalhistas, além de crimes ambientais”, diz nota do MST.
A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” condena a violência contra os militantes da reforma agrária e defende a pronta investigação para esclarecer os motivos e punir os responsáveis por esse crime. Além disso, defende que a usina Cambahyba seja preservada como espaço de memória.
Comissão da Verdade do Estado de SP “RUBENS PAIVA”
Em tempo: como disse aquele anarquista espanhol: o problema não é dar anistia ao torturador; é dar anistia ao filho do torturador.
PHA
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