Senador do PMDB confirma favoritismo e é eleito pela segunda vez ao
cargo; ficará à frente da Casa no biênio 2013 e 2014; em discurso que
antecedeu a votação, Renan Calheiros ignorou as denúncias movidas contra
ele; vitória do peemedebista é a derrota do procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, e da imprensa; uma semana antes da eleição,
Gurgel apresentou uma denúncia contra Renan sobre um caso ocorrido há
cinco anos; hoje cedo, a revista Época publicou a denúncia na íntegra;
nada disso impediu a eleição
1 DE FEVEREIRO DE 2013
247 - Confirmando o favoritismo, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi
eleito presidente do Senado pela segunda vez, por 56 votos a 18 -- dois
votos em branco e dois votos nulos --, durante eleição realizada no
início da tarde desta sexta-feira 1º, com a presença de 78 senadores.
Ele comandará a Casa no biênio 2013 e 2014. O nome de Renan Calheiros
foi lançado pelo PMDB sob protestos da oposição e até de alguns
peemedebistas dissidentes. Os protestos se deviam ao fato de Renan ter
deixado o cargo em 2007 sob escândalos e, recentemente, ter sido alvo de
mais denúncias movidas contra ele na Justiça.
"As palavras são escassas e a retórica, insuficiente para expressar a
gratidão ao senadores que me confiaram a missão de comandar o Congresso
Nacional", discursou o novo presidente do Senado. "Faço uma deferência
especial ao presidente José Sarney, um visionário, cuja historia
política é única", completou. "O Senado Federal é uma instituição
centenária. Imperfeições se acumulam ao longo dos anos", reconheceu
Renan, que deixou a presidência do mesmo Senado, em 2007, para evitar
uma cassação.
Antes dos votos, durante a 1ª Reunião Preparatória, os parlamentares
fizeram seus discursos contra ou a favor o peemedebista, que recebia
apoio da maioria, além do Palácio do Planalto. Renan concorreu com
apenas um candidato, o senador Pedro Taques (PDT-MT), que se antecipou
como perdedor em seu discurso, mas se colocou como possibilidade de
mudanças na gestão do Senado. "Falo pelos derrotados desse País",
iniciou ele.
Lamentos
Aos parlamentares que se opuseram à candidatura Renan Calheiros, restou lamentar o resultado. "@PedroTaquesMT
Tentou salvar a honra do Senado, mesmo sem conseguir impedir a marcha
da insensatez", escreveu o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) em seu
perfil no Twitter, referindo-se ao senador Pedor Taques. Também em seu
microblog, o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) escreveu que "Pior
q o abraço de Jader Barbalho em Renan, o vitorioso, são os cumprimentos
sorridentes dos senadores do PT. Vergonha!". "Pedro Taques e seus 18
votos são a réstia de dignidade política que nos faz prosseguir",
completou.
Discurso ignorou denúncias
No seu discurso ao plenário, Renan não fez referência às denúncias de
corrupção que tem enfrentado nos últimos dias. Ao final dos 20 minutos
que teve para defender a candidatura, ele limitou-se a dizer que o
Senado aprovou com celeridade a Lei da Ficha Limpa e que a ética é uma
obrigação e responsabilidade de todos os parlamentares.
Renan Calheiros assumiu, em seu pronunciamento, o compromisso de
defender a liberdade de expressão e prometeu impedir o prosseguimento de
qualquer proposta que signifique tolher esse direito.
No tempo que utilizou, o peemedebista apresentou a base de seu projeto
administrativo para o Senado, no biênio 2013 e 2014. A reforma
administrativa da Casa para melhorar a gestão e reduzir o corpo
funcional é parte da plataforma de Renan. Ela inclui a extinção de
órgãos, implantação de planejamento estratégico para o Senado e
racionalidade administrativa, disse o parlamentar.
Sua proposta de trabalho tem, ainda, uma série de medidas para
aperfeiçoar a economia. Renan Calheiros citou, por exemplo, a
regulamentação periódica do sistema tributário. Segundo ele, a reforma
tributária é fundamental para aferir o impacto tributário".
O candidato também pediu aos senadores providências para construir um
banco de dados federativos que facilite a votação de forma eficiente dos
fundos de Participação dos Estados e dos Municípios.
Com informações da Agência Brasil
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/92413/Renan-eleito-presidente-do-Senado-56-votos-a-18-Renan-eleito-presidente-Senado-56-votos-18.htm
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