Por Altamiro Borges
Na semana passada, a mídia tucana, que torce contra o Brasil, deu grande espaço para as bravatas do Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa. Ele atacou, de maneira leviana e desleal, a organização da Copa do Mundo em nosso país.
Bem entrosado com a direita nativa e com seu incurável complexo de vira-lata, o chefão da Federação Internacional de Futebol tentou desqualificar o povo brasileiro. “Não apareçam no Brasil pensando que é a Alemanha. Na Alemanha, você poderia dormir no carro. No Brasil, não”, afirmou em entrevista concedida na cidade suíça de Lausanne. Se tivesse feito esta provocação grosseira no Brasil, o picareta da Fifa bem que mereceria uma baita surra!
Temendo os protestos de rua programados para junho – muitos deles incentivados pela própria mídia tucana –, Valcke garantiu que eles não são contra a odiada Fifa. “Eles [os brasileiros] se manifestam contra a corrupção, contra a decisão de aumentar o preço do ônibus, por saúde e educação". O chefão da Fifa, como se estivesse num palanque da oposição, ainda aproveitou para atacar o atual governo, jogando na cizânia. “Encaramos uma eleição geral no Brasil e não foi fácil sair de Luiz Inácio Lula da Silva para a nova presidente”. Para ele, o Brasil é “um inferno”, sem competência para organizar uma Copa do Mundo.
As bravatas de Valcke foram recebidas com excitação pelos “calunistas” da mídia e os caciques da oposição demotucana. Mas a festa não durou muito tempo. No final de semana, as agências de notícias revelaram que a Justiça francesa desmontou um bilionário esquema de corrupção no futebol mundial. Entre os envolvidos nos crimes de fraude fiscal e evasão de divisas aparece o nome do chefão da Fifa. Até o insuspeito Estadão registrou o escândalo no sábado: “Justiça da França desmascara esquema de fraude fiscal no futebol. Clubes como PSG e Real Madrid, empresas como Nike e até Jérôme Valcke são acusados de participar de caixa dois”.
Segundo o correspondente Jamil Chade, o esquema envolveria “contratos falsos, contas secretas em paraísos fiscais, como Genebra, Bahamas e Luxemburgo, empresas de fachada e a suspeita do envolvimento de nomes como Paris Saint-Germain, Real Madrid, Nike, Ronaldinho Gaúcho, Anelka e até um certo Jérôme Valcke, hoje o secretário-geral da Fifa. Documentos de investigações realizadas pela Justiça francesa nos últimos anos, obtidos com exclusividade pelo Estadão, revelam a criação de um esquema generalizado de caixa dois no futebol europeu. A suspeita na maioria dos casos é de fraude fiscal e crimes financeiros”.
E o bravateiro da Fifa ainda se mete a falar em corrupção no Brasil. É um autêntico picareta!
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