Senador do PSDB paulista perde a estabilidade; cotado para ser vice de Aécio Neves, ele se queimou ao xingar, ontem, blogueiro que lhe dirigiu uma pergunta sobre escândalo de distribuição de propinas Alstom-Siemens; agora, depois de ter assinado pedido de instalação da CPI da Alstom, retirou seu próprio nome; desorientação pode lhe custar o futuro na chapa presidencial
O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), assinou a lista que reúne nomes para o requerimento da chamada CPI do Metrô, que investigará esquema de cartel e propina durante governos do PSDB em São Paulo. A imagem foi divulgada pela coluna política Painel, da Folha de S. Paulo. Depois de ter incluído sua assinatura, porém, Aloysio classificou o pedido como uma "farsa", por não considerar suspeitas de esquema em estados governos pelo PT e aliados. O senador Rubens Figueiró, do PSDB mineiro, tinha o nome abaixo do de Aloysio e foi outro que retirou o apoio.
O recolhimento de assinaturas para criar a CPI do caso Alstom foi colocado em prática por parlamentares governistas depois do pedido de criação da CPI da Petrobras por partidos de oposição. Em entrevista ao 247, o ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, chegou a dizer que a assinatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG), principal articular da CPI sobre a estatal, será cobrada (leia aqui).
O líder do PSDB causou polêmica ao reagir ontem com violência diante das perguntas do blogueiro Rodrigo Pilha sobre sua participação no escândalo do metrô. "Vai para a puta que te pariu", disse ele ao blogueiro, que foi detido pela polícia do Senado. No Twitter, o senador disse ter se defendido de uma ofensa. O caso causou grande repercussão na internet. Confira aqui.
Aloysio está cotado para ocupar o cargo de vice na chapa de Aécio Neves para a Presidência da República. Mas o gesto de agressão verbal ao blogueiro pode ter reduzido, em muito, suas chances. O líder tucano trabalha com o timing de que a questão da vice se resolva somente no mês de junho, durante o processo de organização da convenção nacional do PSDB. Mas, mesmo assim, o episódio, que foi captado por imagens de celular, poderá ser explorado em campanha.
O líder do PSDB no Senado, que foi chefe da Casa Civil no governo José Serra, já teve seu nome envolvido mais de uma vez no caso Alstom. Ele também acusa o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de agir politicamente no caso.
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