Campos e Marina
por : Paulo Nogueira
No mundo político, Marina foi o nome menos atingido pelos protestos iniciados em junho passado.
Sabe-se lá por que, ela foi identificada por muitos dos manifestantes como diferente de tudo que estava ali, numa política que subitamente deu merecidos engulhos nos brasileiros.
O extraordinário favoritismo de Dilma foi desafiado nas jornadas de junho. Os tucanos foram igualmente, como Dilma, objeto de desconfiança e restrições.
Marina foi a exceção.
Uma eleição com ela seria uma coisa. Sem ela, outra, muito mais disputada.
Aconteceu a segunda hipótese. Primeiro, ela não conseguiu colocar de pé seu partido.
Depois, encontrou abrigo numa aliança com Campos. Mas, ainda que tenha muito mais votos que ele, como sucessivas pesquisas mostraram, coube a ela, como ficou definido neste final de semana, um lugar secundário, o de vice.
Vice é vice. Como num campeonato, vale pouco, ou não vale nada.
Nada sugere que Campos seja capaz de deslanchar, com ou sem Marina como vice. Ele teria que estar falando alguma coisa de novo. Poderia repetir frases de Francisco, o papa, sobre a desigualdade. Poderia aparecer com o celebrado livro de Piketty e dizer que ali está o maior desafio do Brasil – a abjeta iniquidade social.
Mas não.
Alguém o viu falando sobre a necessidade de cobrar mais impostos dos ricos, para minorar a distância entre o 1% e os 99%? Não. E ninguém verá.
Bachelet, no Chile, colocou o aumento dos impostos em sua campanha. Nesta semana, avisou que não abre mão deste compromisso.
Campos, enquanto isso, repete platitudes, muitas delas inspiradas em Aécio. Coube a Marina dar um quase cala boca neste namorico entre Campos e Aécio ao lembrar que o PSDB tem cheiro de derrota no segundo turno.
Campos pode não falar nada de novo, mas repetir Aécio é ir da pobreza à extrema indigência eleitoral.
A rigor, nenhum candidato fala nada de relevante a respeito de seus planos. Regulamentação da mídia parece que é exclusividade de Lula, por exemplo.
Quando Aécio falou, prometeu medidas impopulares, algo que com certeza lhe será cobrado nos debates.
A Petrobras parece ter saído da agenda, depois que, primeiro, se viu que a empresa cresceu extraordinariamente nos últimos dez anos. Depois, quando se falou em levar as investigações até o período FHC.
O que temos até aqui um blablablá.
Só que os lugares comuns, quando compartilhados, favorecem quem está na ponta.
Marina, mesmo com suas frases pomposas e frequentemente sem sentido, poderia atrapalhar Dilma.
Mas vai fazer pouco mais que número, como vice de Campos.
Dilma pode tomar uma taça de vinho neste final de domingo. Deu um passo para a reeleição sem se mexer.
Dilma ganhou uma boa notícia sem fazer força neste final de semana: a definição de Marina como vice de Campos.
Sabe-se lá por que, ela foi identificada por muitos dos manifestantes como diferente de tudo que estava ali, numa política que subitamente deu merecidos engulhos nos brasileiros.
O extraordinário favoritismo de Dilma foi desafiado nas jornadas de junho. Os tucanos foram igualmente, como Dilma, objeto de desconfiança e restrições.
Marina foi a exceção.
Uma eleição com ela seria uma coisa. Sem ela, outra, muito mais disputada.
Aconteceu a segunda hipótese. Primeiro, ela não conseguiu colocar de pé seu partido.
Depois, encontrou abrigo numa aliança com Campos. Mas, ainda que tenha muito mais votos que ele, como sucessivas pesquisas mostraram, coube a ela, como ficou definido neste final de semana, um lugar secundário, o de vice.
Vice é vice. Como num campeonato, vale pouco, ou não vale nada.
Nada sugere que Campos seja capaz de deslanchar, com ou sem Marina como vice. Ele teria que estar falando alguma coisa de novo. Poderia repetir frases de Francisco, o papa, sobre a desigualdade. Poderia aparecer com o celebrado livro de Piketty e dizer que ali está o maior desafio do Brasil – a abjeta iniquidade social.
Mas não.
Alguém o viu falando sobre a necessidade de cobrar mais impostos dos ricos, para minorar a distância entre o 1% e os 99%? Não. E ninguém verá.
Bachelet, no Chile, colocou o aumento dos impostos em sua campanha. Nesta semana, avisou que não abre mão deste compromisso.
Campos, enquanto isso, repete platitudes, muitas delas inspiradas em Aécio. Coube a Marina dar um quase cala boca neste namorico entre Campos e Aécio ao lembrar que o PSDB tem cheiro de derrota no segundo turno.
Campos pode não falar nada de novo, mas repetir Aécio é ir da pobreza à extrema indigência eleitoral.
A rigor, nenhum candidato fala nada de relevante a respeito de seus planos. Regulamentação da mídia parece que é exclusividade de Lula, por exemplo.
Quando Aécio falou, prometeu medidas impopulares, algo que com certeza lhe será cobrado nos debates.
A Petrobras parece ter saído da agenda, depois que, primeiro, se viu que a empresa cresceu extraordinariamente nos últimos dez anos. Depois, quando se falou em levar as investigações até o período FHC.
O que temos até aqui um blablablá.
Só que os lugares comuns, quando compartilhados, favorecem quem está na ponta.
Marina, mesmo com suas frases pomposas e frequentemente sem sentido, poderia atrapalhar Dilma.
Mas vai fazer pouco mais que número, como vice de Campos.
Dilma pode tomar uma taça de vinho neste final de domingo. Deu um passo para a reeleição sem se mexer.
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