CUT-Brasil denuncia que Financial Times e The Economist estão a serviço da desestabilização
No Congresso da CSI, João Felício e Jacy Afonso denunciam manipulação da mídia em favor dos especuladores
por Leonardo Wexell Severo, de Berlim-Alemanha, no site da CUT
Dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT- Brasil) denunciaram nesta segunda-feira, em Berlim, que os grandes conglomerados de comunicação, particularmente o “Financial Times” e o “The Economist”, têm atuado como instrumentos de desinformação e desestabilização da economia brasileira.
Jacy afonso |
Pela manhã diante da plenária do III Congresso da Confederação Sindical Internacional (CSI), que reúne 1.500 delegados de 161 países, o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício, defendeu a necessidade da “taxação das transações financeiras, da herança e das grandes fortunas” e denunciou que os paraísos fiscais funcionam como polos irradiadores de especulação, concentração de renda e desigualdade.
“Se não houver transferência de renda dos ricos para os pobres, não
haverá diminuição da pobreza e da miséria. Se ricos não pagam imposto,
os Estados não terão recursos para investir na área social”, explicou
João Felício. Conforme o líder cutista, os governos, na sua grande
maioria, se aliam sempre com o capital contra o mundo do trabalho ao
defenderem reformas que retiram direitos dos trabalhadores. “Quando
surgem governos que não praticam estas políticas neoliberais, como foi
Lula, a imprensa conservadora atua sempre para desgastar, agindo em
defesa dos seus interesses”, declarou.
Ex-presidente Lula |
De acordo com João Felício, estas políticas acabam afetando a própria democracia, porque quando a população não se vê contemplada, acaba votando em partidos fascistas, que é o que está ocorrendo em muitos países da Europa. Sem qualquer regulação, alertou, “os organismos internacionais impõem a sua lógica, afetando a liberdade e a democracia, que não são questões abstratas, mas muito concretas”. Afinal, questionou, “qual é a liberdade de um trabalhador turco quando morre soterrado em uma mina ou é chutado por assessores do próprio governo?”
MONOPÓLIOS DA DESINFORMAÇÃO
O respeitado líder sindical brasileiro, Jacy Afonso, denunciou para os seus colegas europeus os efeitos do ferrão criminoso da imprensa golpista internacional, que opera em consonância com a banca, tratando o mundo com se ele fosse um grande cassino. |
Compartilhando a mesa com sindicalistas da Bulgária, Espanha e Grécia
– países cujas economias foram devastadas pela crise – , Jacy sublinhou
o papel das centrais sindicais brasileiras que, ao construir uma
política de valorização do salário mínimo junto ao governo Lula,
impulsionaram o crescimento do mercado interno. “Desta forma saímos do
círculo vicioso dos governos neoliberais de Collor e Fernando Henrique
Cardoso para um círculo virtuoso da economia nos governos Lula e Dilma.
Foi essa política que permitiu que o salário mínimo tenha subido 75%
nestes últimos 11 anos, o que significou um aumento real para 32 milhões
de trabalhadores, incluindo os aposentados”, declarou Jacy Afonso.
Segundo o dirigente, “este é o maior acordo coletivo do mundo, que
ajuda o conjunto da economia, pois fez com que os demais trabalhadores
recebessem também”. “O papel do Estado na recuperação do poder
aquisitivo proporcionou este avanço, mobilizando os bancos públicos com o
Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para garantir crédito às
empresas, o que garantiu a geração de 20 milhões de empregos formais em
11 aos, quase dois milhões ao ano. E isso só foi possível devido à ação
unitária do movimento sindical, que se enfrentou com a verdadeira
lavagem cerebral, com o atraso do ponto de vista ideológico que é
divulgado diariamente pelos meios de comunicação”, concluiu Jacy Afonso.
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