Para muitas famílias que assistem sua programação diária, a rede globo é uma organização necrófila, que é 'campeã' em faturar audiência em cima da dor alheia. Não fosse assim não teria encarregado a jornalista Renata Vasconcellos, que é uma figura tida por muitos colegas como sendo o suprassumo da 'dondoquíce' - segundo publicou-se na imprensa especializada a poucas semanas - para fazer uma entrevista com o cantor e boa praça, Erasmo Carlos, que perdeu um filho em trágico acidente de transito no Rio e é o parceiro e irmão de fé de Roberto Carlos, faz décadas. As pessoas que assistiram esta violência disfarçada em formato de matéria, não poderiam deixar de notar o esforço desumano que fez o pai ferido 'no corpo e na alma', como diz a letra da conhecida canção que ele próprio escreveu na década de 90, para satisfazer a necessidade de 'ibope' da emissora. Salvo engano a famosa dupla tem um contrato assinado de exclusividade com a Globo. Pelo que se pode imaginar entre os artistas, estariam obrigados a honrar o compromisso macabro de ter que reportar todas as suas dores mais íntimas e insuportáveis, para antipáticas entrevistadoras, ao fundo musical do plim-plim, mesmo quando estão morrendo de angústia e tristezas por dentro do peito. Haja desrespeito!.
Confira o outro abuso no sitio do 247, aqui abaixo:
Intenção de expor dia a dia de uma pessoa presa é barrada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo; juiz Dácio Giraldi manda suspender ida ao ar de matéria com cenas de Suzane Von Richthofen na penitenciária feminina; condenada a 39 anos de reclusão por participação no assassinato dos pais, em 2006, ela teve seu direito à intimidade preservado; alegação de censura, manifestada em nota da Rede Globo lida pelos apresentadores Tadeu Schimidt e Renata Vasconcellos, não se sustenta; fazer jornalismo com desrespeito aos direitos individuais é crime; por esse motivo, em ação judicial, ex-presidente do PT está processando a revista Veja; em matéria de capa toda feita em 'off', publicação da Editora Abril detonou imagem de José Dirceu sem nem mesmo ter obtido o consentimento dele; quanto ao Fantástico, audiência despenca
Um preso não pode ter sua privacidade exposta pela mídia. É o que
ficou claro, mais uma vez – e como manda a lei -, no domingo 25, quando o
programa Fantástico, da Rede Globo, recebeu ordem judicial para não
veicular reportagem feita com a condenada Suzana Von Richthofen, na
penitenciária feminina de São Paulo. Mesmo com o aparente consentimento
dela, condenada por participação na morte dos pais, em 2006, o juíz
Dácio Giraldi, do Tribunal de Justiça da capital, fez despacho barrando a
exibição da matéria. Ele sustentou sua decisão nos direitos à
privacidade e intimidade garantidos às pessoas presas.
Com a matéria anunciada com estardalhaço durante a semana, os apresentadores do Fantástico leram uma nota oficial da emissora global. Renata Vasconcellos e Tadeu Schmidt informaram que a Rede Globo entendeu a decisão como 'censura', e anunciaram a entrada de um recurso a favor da exibição.
O que a Globo chamou de censura, porém, nada tem a ver com cerceamento
de informação. Os direitos individuais assegurados pela Constituição
preservam o preso do assédio da mídia. E têm precedência aos direitos
coletivos. Assim é num Estado de Direito como o Brasil. A pedra de toque
da lei é assegurar a privacidade no cumprimento da pena, e livrar os
detentos do sensacionalismo da mídia. Fazer jornalismo sem observar essa
regra de ouro é cometer um crime. A perseguição, pelo Fantástico, de um
perfil mais sensacionalista, está diretamente ligada à continuada queda
de audiência do programa. No domingo 4 de maio, por exemplo, a revista
dominical da Globo perdeu, em diferentes momentos, para programas
exibidos no mesmo horário pelas tevês Record e SBT.
A decisão do juiz Giraldi reforça os argumentos da defesa do
ex-presidente do PT José Dirceu. Ele foi alvo de matéria de capa da
revista Veja, este ano, na qual teve fotos suas expostas ao longo de um
texto todo ele construído com informações em 'off', não atribuídas a
alguém como nome e sobrenome. Contra este tipo de jornalismo, os
advogados de Dirceu entram com pedido de retratação e indenização contra
a publicação da família Civita. Nos meios jurídicos dá-se como certa a
vitória de Dirceu contra a Veja neste caso. Para a preservação do Estado
de Direito e de Garantias Individuais, nada melhor.
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