Segundo o estudo do governo paulista, a probabilidade de o cenário se repetir é de apenas 0,033%
Marcadores indicam o nível de água na represa de Jaguary, no interior
de São Paulo: o mês de fevereiro apresentou um tempo de recorrência de
10.000 anos
São Paulo - Um relatório técnico produzido pelo Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos do governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP) aponta que uma crise de estiagem tão crítica quanto a registrada no Sistema Cantareira em pleno período chuvoso ocorre só a cada 3.378 anos.
São Paulo - Um relatório técnico produzido pelo Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos do governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP) aponta que uma crise de estiagem tão crítica quanto a registrada no Sistema Cantareira em pleno período chuvoso ocorre só a cada 3.378 anos.
Segundo o estudo, que avaliou a severidade desta seca histórica no principal manancial paulista, a probabilidade de o cenário se repetir é de apenas 0,033%.
"Isto comprova que a estiagem ocorrida no período de outubro/2013 a
março/2014 foi bastante crítica, com o período de retorno extremamente
elevado, em outras palavras, baixíssima probabilidade de ocorrência",
afirma o documento ao qual a reportagem teve acesso.
O parecer é assinado pelo técnico Paulo Takashi Nakayama e avalia o
período de retorno da chuva registrada nesses seis meses na região e das
vazões afluentes ao Cantareira.
O período de retorno ou tempo de recorrência é o tempo médio em anos em
que um evento é igualado ou superado pelo menos uma vez.
Calculou-se o período de retorno da chuva acumulada entre outubro de
2013 e março deste ano com base na série histórica da chuva mensal
registrada em quatro estações pluviométricas distribuídas na região onde
ficam os rios e represas que compõem o Sistema Cantareira.
Com exceção da estação em Nazaré Paulista, onde fica a Represa
Atibainha, todos os outros pontos registraram período de retorno do
volume de chuva superior a 1.000 anos.
Mais crítico da história do sistema, inaugurado na década de 1970, o
mês de fevereiro apresentou um tempo de recorrência de 10.000 anos. Ou
seja, um índice pluviométrico tão baixo só voltaria a ocorrer no ano
12.014.
Para integrantes do governo Alckmin, o estudo comprova que a crise
atual é a mais severa da história, e ajuda a desconstruir as críticas
feitas pelos adversários políticos de que faltou planejamento para
evitar a escassez hídrica.
Os pré-candidatos ao governo do Estado Alexandre Padilha (PT) e Paulo
Skaf (PMDB) têm criticado o tucano e a Companhia de Saneamento Básico do
Estado de São Paulo (Sabesp) por falhas na gestão dos recursos
hídricos.
TV.
Após escalar o apresentador de TV Rodrigo Faro para convocar seus
clientes a economizar água por causa da histórica estiagem do Sistema
Cantareira, a Sabesp agora enaltece a "coragem", "determinação" e
"solidariedade" dos paulistas para enfrentar a crise de abastecimento de
água.
"Paulista é aquele que nasceu para vencer, faça chuva ou faça sol",
afirma a nova peça publicitária da Sabesp. Com um minuto de duração, a
propaganda diz que "paulista é todo aquele que nasce da união da coragem
com a determinação" e que "agora um novo desafio surgiu" porque "a
chuva não veio" e "São Paulo vive a maior seca da sua história".
Em nível político, a falta de planejamento do gestor se traduz em tragédias cíclicas que poderiam ser evitadas. (Mviva)
Nesta segunda-feira, Alckmin (foto acima) voltou a descartar a necessidade de racionamento de água. "Nós não temos nenhum racionamento nos municípios operados pela Sabesp. Nenhum caso", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Exame
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