Petistas dizem a presidente em exercício que Aldo não representa partido
Excluída da reunião de anteontem de lideranças partidárias com o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), para discutir o Código Florestal, a bancada do PT reclamou e foi ao Palácio do Planalto mostrar sua contrariedade com o texto de Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator do projeto. Apesar da tentativa de acordo entre os ministérios envolvidos e o relator, o PT e o governo estão dispostos a ir para o voto nos pontos em que não houver consenso.
Os petistas se reuniram com Temer e disseram que não veem Aldo como interlocutor do partido. Aldo teria ido à reunião com Temer, na quarta-feira, como representante de toda a base governista. Mas o PT continua divergindo de alguns aspectos do texto do relator. O líder do PT, Paulo Teixeira, afirmou que há avanços, mas as diferenças continuam.
Lider do PT, Paulo teixeira |
- Estamos mais próximos do equilíbrio, de uma posição madura. O momento é o ideal para buscar o acordo, num debate amplo - disse Paulo Teixeira, que confirmou disposição para decidir em plenário os pontos divergentes: - Se não houver consenso, vamos para o voto.
Também houve nova rodada de conversas entre os ministros com presidente em exercício. O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, disse que há um bom caminho para aprovação do novo Código Florestal e que só falta a resolução de "um ou outro" problema para se chegar a um consenso sobre a proposta que divide ambientalistas e ruralistas. Luiz Sérgio se esforçou para tentar mostrar que as divergências serão superadas, mas reconheceu que alguns pontos, não especificados por ele, devem mesmo ser decididos em votação em plenário, porque dificilmente haverá consenso.
Luiz Sérgio |
O PT escolheu o deputado Arlindo Chinaglia (SP) para ser o porta-voz do partido na discussão do código, a partir de agora, e para negociar um acordo com os ruralistas. O partido aposta no seu peso de ex-presidente da Câmara para atuar na busca de um texto comum, na medida do possível.
Chinaglia acredita ter sido escolhido por não ter posição a priori sobre o tema e ter facilidade de construir posições comuns.
Arlindo Chinaglia |
PT não aceita anistia para quem desmatou até 2008
O PT não abre mão de dois pontos. O partido considera que toda propriedade terá que manter uma reserva legal, e não aceita a tese da área rural consolidada, defendida por Aldo, que acaba com a punição para quem desmatou até 2008, o que gera uma anistia para esses agricultores.
A bancada do PT está otimista quanto à vitória na votação em plenário dos pontos divergentes do novo Código Florestal. A explicação é a derrota dos ruralistas, anteontem, na proposta de reduzir impostos de insumos do glifosato, agrotóxico largamente utilizado no campo.
- Essa votação deu um gás, sim, para o partido - afirmou Paulo Teixeira.
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