Um fenômeno fluvial, conhecido popularmente como "terras caídas" e que costuma ocorrer com certa frequência na cidade de Santarém (PA), está ganhando força e assustando os moradores da comunidade de Fátima do Urucurituba, que fica às margens do Rio Amazonas. A correnteza do rio varreu um trecho de cerca de 500 metros de extensão, de um total de 1,3 mil metros, já destruiu dez casas e uma escola municipal. A destruição e o risco de mortes obrigou a Defesa Civil de Santarém considerar a região como área de risco e iniciar a retirada das 71 famílias, cerca de 400 pessoas que vivem no local.
Fenômeno "terras caídas" pode extinguir comunidade em Santarém, diz Defesa Civil Veja imagens da destruição provocada pelo fenômeno "terras caídas" no Pará Segundo Luiz Alberto da Cruz, secretário Municipal de Segurança Cidadã e coordenador da Defesa Civil de Santarém, trata-se de uma erosão provocada pela água, que bate nas encostas e derruba pequenas quantidades de terra e areia, que ficam assoreadas e criam pequenas ilhas às margens do rio.
Os últimos registros do "terras caídas" ocorreram nos dias 5 e 6 deste mês, tendo estabilizado no dia 7. "Esse é um fenômeno comum na região de várzea, mas sempre de forma moderada. Dessa vez aconteceu com mais força e a água "comeu" uma grande faixa de terra. Acreditamos que em pouco tempo, se essa tendência continuar, a água do Rio Amazonas vai cobrir toda comunidade", disse o secretário.
Moradores têm de deixar suas casas após Defesa Civil considerar a região como área de risco (Foto: Divulgação/Rozinaldo Garcia/Prefeitura Municipal de Santarém)Cruz afirmou ainda que a última vez que o fenômeno provocou uma erosão com força semelhante foi em 2009. "Por essa tendência de periodicidade, já tomamos algumas precauções e consideramos algumas regiões da comunidade como área de risco. Tiramos alguns moradores de suas casas e deslocamos as aulas da escola municipal para uma igreja. Se essa rotina continuar, a comunidade poderá ser extinta em pouco tempo."
Moradores têm de deixar suas casas após Defesa Civil considerar a região como área de risco
Desde sábado, a Defesa Civil de Santarém está retirando os moradores de pelo menos dez casas que foram mais atingidas pelo fenômeno. "Destas dez casas, três foram totalmente destruídas e os moradores perderam tudo. As outras sete sofreram menos danos, mas estão condenadas. De qualquer forma, as famílias destas sete residências conseguiram recuperar seus bens." Os desabrigados estão recebendo doações de cestas básicas e sendo levados para abrigos temporários.
As aulas da Escola Municipal Tiradentes foram transferidas para a Igreja Nossa Senhora de Fátima, já que o prédio da unidade escolar, que é madeira, ficou completamente comprometido e foi levado pela água. "O ano letivo em Santarém é feito de acordo com o período de cheia. As aulas começam em agosto e seguem até abril. As crianças aqui estão no último mês de aula e logo entrarão em férias", disse Cruz.
Ascon/ Prefeitura Municipal de Santarém
As Terras Caídas são nada mas nada menos do que Movimentos de Massa as margens de rio. Onde é mobilizado grande massa de solo por meio do Movimento de Massa tipo; Escorregamento Rotacional no período da cheia do rio, sem a presença da corrente fluvial. Além do Movimento de Massa Queda em Bloco, no período da vazante, com a presença das correntes fluviais, por meio do solapamento basal.
ResponderExcluirEsses dois tipos de movimentos, são ocasionados pela susceptibilidade do solo a elevação do lençol freático anualmente. Que ocasiona mudança física e mecânica do solo, gerando a instabilidade do barranco, e por fim, os dois tipos de Movimentos de Massa, conhecidos regionalmente como Terras Caídas.