"Nesse sentido, efetivamente, todos nós, e com muita frequência, somos quase dementes, com a única diferença que os doentes são um pouco mais loucos do que nós, porque repare, é preciso distinguir. Mas é verdade que não existe o homem normal, de maneira nenhuma; talvez entre dezenas, e pode até ser que entre centenas de milhares, apenas se encontra um, e, ainda assim, em exemplares bastante fracos..."
(Fiodor Dostoievsky, Crime e Castigo)
"A sociedade funciona entre os extremos de, por um lado, uma moralidade intoleravelmente estrita e, pelo outro, uma permissividade perigosamente anárquica, mediante um acordo tácito pelo qual temos licença para romper as regras da moralidade mais estrita, contanto que o façamos de maneira discreta e silenciosa.
A hipocrisia é o lubrificante que mantém a sociedade funcionando de modo satisfatório, fazendo concessões para a fabilidade humana e reconciliando as necessidades humanas, aparentemente irreconciliáveis, de ordem e prazer"
(Janet Malcom, O jornalista e o assassino)
Goya, gravuras |
"A tentativa de resolver o problema do mal e de perpetuar o mito romântico da bondade inata do homem mediante a noção caprichosa de que os homens que cometem atos maus carecem de equipamento humano normal - não são seres humanos 'reais", mas monstros sem alma - é um conhecido lugar comum da literatura romântica. [...] O conceito de psicopata é, na verdade, uma admissão de derrota na solução do mistério do mal - é meramente uma recolocação do mistério - e limita-se a proporcionar uma válvula de escape para a frustração sentida por psiquiatras, assistentes sociais e policiais, que se deparam com sua força todos os dias".
(Idem)
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