Manaus (AM) - A cada grupo de dez consumidores de internet banda larga em Manaus, três usam provedores ilegais para conectarem-se à rede mundial de computadores, de acordo com o chefe de fiscalização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Fábio Alessandro Cunha.
O número corresponde a mais de 21 mil pontos de acesso, de acordo com dados estatísticos da Anatel que contabilizam o total de pontos legalizados de internet sem fio na cidade em 72.429.
O chefe de fiscalização explicou que o desvio é realizado por clientes das operadoras de internet banda larga que desviam o sinal por meio de uma antena e cobram de outros usuários pelo serviço, informou ontem o chefe de fiscalização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Fábio Alessandro Cunha.
“Os usuários da internet clandestina não têm garantia da qualidade serviço nem podem reclamar de insatisfação na conexão. Quem oferece este tipo de serviços está sujeito à pena de prisão além de pagamento de multas”, frisou o chefe de fiscalização.
Os responsáveis pelos servidores ‘piratas’ estão sujeitos a uma pena que pode chegar a até quatro anos de prisão e pagamento de multa no valor de R$ 10 mil, além de uma multa administrativa aplicada pela Anatel de até R$ 7 mil.
Um dos motivos indicados pela agência para o aumento no número de servidores clandestinos é o baixo custo do material para se montar uma estrutura de sistema Wi-Fi. “Dependendo do alcance do servidor, os equipamentos podem custar de R$ 2 mil até R$ 10 mil”, frisou Cunha.
De acordo com o gerente de fiscalização da Anatel, fiscais do órgão já flagraram casos em que o ‘cliente’ de um provedor pirata que captava sinais para revender a outros ‘clientes’. “Na prática, havia competição entre os provedores ‘piratas’. Estes casos são mais raros, porque a qualidade dos serviços é muito baixa e acaba desagradando quem utiliza este serviço ilegal”, explica Cunha.
O chefe de fiscalização da Anatel explicou que os provedores ‘piratas’ retransmitem o sinal contratado das operadoras oficiais por meio de um roteador, equipamento utilizado para distribuir sinais da internet para computadores que recebem a frequência de rádio de rede sem fio. “No próprio roteador existe uma entrada que os irregulares usam para conectar uma antena”, observa.
A reportagem apurou que em lojas especializadas em antenas, há modelos que podem custar até R$ 200 com sinal limitado de internet. “É possível usar a antena em linha para distribuir sinal de internet em linha reta por até 150 metros”, informou o vendedor da loja Planeta Componentes, situada na zona norte da cidade.
Cunha afirmou que por semana são fiscalizados cerca de cinco locais por fiscais da Anatel para constatar a irregularidade. Em geral os provedores ilegais utilizavam antenas de até 20 metros de altura na frequência 2,4 MHz. “Os serviços são oferecidos sem se importar com a velocidade da conexão, em regiões onde há deficiência de internet até as velocidades mais baixas são utilizadas. Em média, são cobrados R$ 50 pelo sinal desviado”, afirmou.
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