GENEBRA - José Graziano assume nesta terça-feira, 3, o cargo de diretor da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), com a promessa de promover uma mudança radical na forma de lutar contra a fome no mundo e anuncia que sua prioridade se concentrará em romper a dependência dos países mais pobres em relação às doações de alimentos feitas pelos países ricos. Para ele, 2012 marcará uma “mudança na direção da luta contra a fome”.
Em um artigo publicado no jornal italiano La Repúbblica, Graziano revelou que sua primeira medida será a de se reunir com os 30 países mais pobres do mundo para montar uma estratégia e ajudar na mobilização de recursos para lutar contra a fome.
O brasileiro inicia seu trabalho, porém, com uma mesa acumulada de tarefas incompletas deixadas por seu antecessor: nos últimos dez anos, a fome aumentou nas regiões mais pobres, os recursos caíram e a falta de alimentos em algumas regiões se tornou endêmica. A crise internacional ainda fez com que 40 países atrasassem suas contribuições para a entidade.
Graziano indicou que quer insistir no combate à fome nos países mais pobres, relançando estratégias para garantir a segurança alimentar e montar uma ofensiva para resgatar países que sofrem de crises crônicas.
Graziano indicou que quer insistir no combate à fome nos países mais pobres, relançando estratégias para garantir a segurança alimentar e montar uma ofensiva para resgatar países que sofrem de crises crônicas.
O brasileiro, no entanto, admite que a falta de recursos é um desafio e que a batalha contra a fome que tem pela frente é “longa e difícil”. Segundo ele, a FAO não pode agir sozinha e vai apelar por uma “nova e forte mobilização internacional”. Graziano teve seu orçamento praticamente congelado pelos países ricos e sabe que enfrentará uma seca em doações diante da recessão na Europa em 2012.
Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo
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