por Luiz Carlos Azenha
A famosa “bala de prata”, que poderia modificar os votos dos
indecisos, foi neutralizada de cara pela presidente Dilma Rousseff, já
na abertura do debate da TV Globo.
Ela atacou a credibilidade não só da revista Veja, como também da IstoÉ, que mais uma vez neste fim de semana fez jus ao apelido jocoso de QuantoÉ.
Diríamos que este foi o debate do alprazolam, a droga que é o sossega leão dos ansiosos.
Aécio Neves cometeu algumas gafes, como quando se referiu ao
inexistente Ministério do Desenvolvimento Econômico ou disse que é um
orgulho ter um pedaço do Nordeste “incrustrado” em nosso território,
Minas Gerais. Reproduziu, assim, o preconceito comum de uma pequena
fatia dos mineiros em relação às terras cantadas por Guimarães Rosa.
Por outro lado, o senador foi bem quando disse que a melhor forma de
combater a corrupção é tirando o PT do poder. Foi bem, ainda, quando
disse que o governo de FHC “tirou a inflação das costas do brasileiro”.
Friso: do ponto-de-vista da retórica.
Já Dilma foi muito feliz quando popularizou seu discurso e recorreu a
uma frase do humorista José Simão, segundo o qual os tucanos criaram,
em São Paulo, o programa “Meu banho, minha vida”.
Além disso, a candidata governista insistiu nas coisas que realmente
importam não só para os indecisos, mas para os brasileiros em geral:
emprego e salário. No frigir dos ovos, é isso o que conta. O grande
terror de qualquer brasileiro, em qualquer tempo, é o desemprego.
No conjunto da obra, Dilma fez o necessário para impedir uma grande
surpresa de última hora. Se de fato Aécio precisava de uma grande virada
para vencer as eleições de domingo, não teve êxito.
Se a capa de Veja foi a bala de prata da oposição, melhor caracterizá-la como um tiro no pé.
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