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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Frei Betto vê na democratização da mídia a derrota da falta de verdade




São Paulo – O escritor Frei Betto afirmou, em comentário nesta segunda-feira (6) na Rádio Brasil Atual, que a democratização dos meios de comunicação é uma das medidas mais urgentes para o país 
acabar com a "falta de verdade" que impera na mídia e que se revela nos resultados das eleições realizadas ontem (5) no país. 
"A grande mídia editorializa a notícia", lamenta. Com isso, todas as políticas importantes do governo federal não são informadas. Para ele, os veículos alternativos podem dar clareza às informações, fazer a crítica construtiva. "Não podemos falsear os fatos, mas, sim, explicitá-los para que a população tire suas conclusões."
Segundo ele, com a possível reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT) será preciso cobrar maior apoio do governo federal à mídia alternativa, o que não tem sido feito. "Isso é grave. Não vamos dar
informação sadia, verdadeira, sem ter alcance. É preciso que o governo esteja atento a esta mídia que transmite o Brasil real", afirma, acrescentando que há um país fictício divulgado pelo grandes veículos, 
que encobrem tudo o que ocorre de bom. "Precisamos criar mais veículos alternativos", diz.
Sobre o resultado as eleições, Frei Betto disse que teve duas alegrias, que foram a vitória do petista Fernando Pimentel para o governo de Minas, desbancando o candidato de Aécio Neves, Pimenta da Veiga (PSDB), e a eleição de Flávio Dino (PCdoB), no Maranhão, derrotando a influência da família Sarney.
No entanto, ele lamenta o fato de a presidenta Dilma não ter sido reeleita no primeiro turno e por 
Eduardo Suplicy (PT) ter sido derrotado por José Serra (PSDB) para o Senado por São Paulo. 
Também sente por Olívio Dutra (PT) não ter sido eleito senador pelo Rio Grande do Sul.
Sobre a reeleição do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno, Frei Betto ironiza: "Ele é um fenômeno". Para o escritor, é incrível o tucano obter este resultado diante da crise de escassez de água, da violência da Polícia Militar, da falta de investimentos em habitação. "A população paulista é muito conservadora, com exceção da capital", avalia.
No geral, Frei Betto se diz feliz porque alguns partidos aumentaram as bancadas, como é o caso do 
Psol.
Para o segundo turno, o comentarista diz esperar que Marina Silva, pessoa a quem ele respeita muito, tenha bom senso e apoie Dilma Rousseff. "Não dá para falar em nova política apoiando o velho caciquismo do PSDB. Marina é um coringanesse baralho político. Foi hospedada no PSB. Espero que 
não apoie Aécio, pois isso mostraria muito oportunismo político."
"Vamos ter de trabalhar muito para reeleger a presidenta Dilma, pois todos vão unir forças contra o PT. 
As políticas sociais, como o programa Mais Médicos, incomodam. Tudo incomoda muito", lamenta.

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