Poucas coisas são mais maçantes que discursos de presidentes. Exclamação.
Mas a fala de Dilma na Onu merece uma reflexão por um ponto
específico: a lucidez corajosa com que ela expôs a política externa
brasileira. É um contraste formidável com o passado diplomático
brasileiro, tão marcado no século 20 pela cabulosa e submissa lógica
segundo a qual o que era bom para os Estados Unidos era bom para o
Brasil.
Sublinho quatro pontos positivos:
1) A crítica à islamofobia que tomou de assalto os Estados Unidos e
boa parte da Europa no rastro da assim chamada “Guerra ao Terror”. O
infame filme “A Inocência dos Muçulmanos”, que provocou tantas mortes, é
um símbolo da islamofobia.
2) O olhar agudo para a tragédia Síria. O regime corrupto de Bashar
Assad se engalfinha numa guerra civil na qual quem está pagando são os
civis sírios. Tanto quanto as forças de Assad, os rebeldes, armados
pelos Estados Unidos e aliados, cometem atrocidades. Dilma acertou em
pregar um cessar fogo imediato.
3) A defesa de um estado livre e soberano para os palestinos. Dilma
está certa em afirmar que isso contribuirá para a paz na região.
4) O fim do ignominioso embargo americano para Cuba. Já não foi
suficiente, durante tanto tempo, os americanos terem tratado Cuba como
um bordel? Não basta impor, há mais de 100 anos, uma base militar aos
cubanos, a de Guantánamo, na qual se destaca, sinistra, a prisão
homônina?.
Diário do Centro do Mundo.
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