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Incremento na produção de petróleo fomenta pesquisa e inovação
Brasil já tem laboratórios e equipamentos reconhecidos internacionalmente
A
obrigação de investimento em P,D&I contempla 1% da receita bruta
das concessionárias que operam campos de grande produção e 0,5% no caso
do contrato de cessão onerosa. O ano de 2020 deve registrar a maior
obrigação de investimentos, com quase R$ 4 bilhões, contra R$ 1,2 bilhão
do ano passado e R$ 1,4 bilhão deste ano.
Rocha
explica que o investimento previsto na área faz parte da estratégia de
regulação do setor. "Esse recurso aumenta com a produção. Como a gente
vai aumentar a produção nos próximos anos, você tem um aumento potencial
do investimento em pesquisa". Existe uma divisão de 50% desses recursos
para a indústria e o restante para centros de pesquisa credenciados.
O gasto em pesquisa básica, então, é bastante elevado no Brasil - a
maior parte aplicada nas universidades.
O primeiro efeito desses
aportes é a atualização da tecnologia, levando a uma continuidade da
trajetória de inovação que caracteriza a indústria brasileira, aponta
Rocha. A Petrobras é a que tem maior percentual de gastos em P,D&I
entre as empresas. As atividades da estatal estão centralizadas no
Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello
(Cenpes), no Rio de Janeiro. Trata-se de um dos complexos de pesquisa
aplicada mais importantes do mundo, com laboratórios avançados, salas de
simulações e imersão em processos da indústria de energia.
A Petrobras também adotou um novo modelo de parceria tecnológica com universidades e institutos de pesquisa por meio de redes colaborativas. Essas parcerias incluem a criação de laboratórios de ponta, capacitação de pesquisadores e desenvolvimento de projetos. A expansão da capacitação tecnológica da universidade, inclusive, assim como o investimento na indústria, de acordo Rocha, beneficia não somente quem realiza a P&D, mas um grupo maior de entidades, em um movimento conhecido por externalidade positiva.
"Se o recurso for bem aplicado, haverá
benefícios não só para quem realiza, mas para a sociedade como um todo,
aprendendo e adquirindo conhecimento que vai ser absorvido não só pelas universidades, empresas, as pessoas também vão absorver e se beneficiar disso", destaca.
Desafios ainda existem, mas no caminho para serem solucionados. No caso da universidade, um impasse ainda é poder contar com um grupo de pesquisa capacitado para utilizar essa verba. A questão é formar grupos de pesquisa. Já se encaminha, contudo, um número muito maior de teses na área de petróleo e gás e também de engenheiros sendo formados, o que indica um horizonte mais promissor na pesquisa universitária.
A
primeira fase dos investimentos costuma ser aplicada quase toda na
compra de equipamentos. Isso reflete na projeção da estrutura de
pesquisa do país no exterior. Rocha visitou laboratórios de pesquisa na
área de petróleo, química e engenharia naval no Reino Unido, e teve a
prova de que os laboratórios brasileiros são reconhecidos como muito
melhores do que os deles. Entre a estrutura brasileira, ele ressalta o
tanque oceânico da UFRJ, que se tornou um exemplo para o mundo inteiro.
"Nós
estamos muito bem equipados". Rocha também lembra a instalação de
laboratórios de pesquisa de multinacionais no país, para acabar com a
dificuldades de investir os recursos.
Os números de investimento em P,D&I foram publicados em boletim da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), como resultado das previsões de produção informadas pelas empresas operadoras à agência. O estudo inclui os campos que já estão produzindo, as áreas constantes no contrato de cessão onerosa e as áreas com previsão de produção pelo Plano de Avaliação.
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