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terça-feira, 19 de julho de 2011

MPE PEDE QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO DA QUADRILHA DA ALEPA



MPE pede quebra de sigilo bancário de denunciados (Foto: Rogério Uchôa)
O promotor Arnaldo Azevedo pede também o bloqueio de bens dos acusados

O promotor Arnaldo Azevedo, que investiga na esfera criminal as fraudes na Assembleia Legislativa do Pará, pediu ontem à Justiça a quebra dos sigilos bancário e fiscal e o bloqueio de bens de servidores e ex-servidores da casa acusados de fazerem parte do esquema que desviava dinheiro do Legislativo paraense.
Em depoimento, a ex-chefe da seção da folha de pessoal da AL, Mônica Pinto, confessou que entre 2005 e 2010 a quadrilha conseguiu desviar cerca de R$ 5 milhões dos cofres da Assembleia. O esquema envolvia a contratação de fantasmas e a criação de gratificações sem respaldo legal para engordar os salários dos integrantes da quadrilha.
O pedido de quebra dos sigilos bancário e fiscal e o bloqueio de bens atingirá também parentes dos envolvidos que eram incluídos na lista de pessoal para receber salários sem trabalhar na casa ou eram usados para registrar bens comprados com o dinheiro roubado da AL.
A lista de atingidos pela medida é formada por 26 pessoas. Entre elas, está o ex-deputado Róbson Nascimento, o Robgol, e o ex-diretor financeiro da AL, Sérgio Duboc, além dos ex-chefes de gabinete da AL, Semel Charone e Edmilson Souza, este sobrinho do ex-presidente da AL, Domingos Juvenil.
Na ação, Azevedo diz que a medida judicial “busca em verdade, rastrear o caminho do dinheiro do erário público, a fim de resgatá-lo e devolvê-lo ao seu real proprietário, que não é outro senão o povo paraense”.
O promotor pede que o Banco do Estado do Pará (Banpará), Santander e Bradesco repassem ao Ministério Público extratos bancários, cópias de cheques, aplicações e cadernetas de poupança dos 26 atingidos com a medida.
As investigações revelaram que o dinheiro que saía dos cofres da AL de maneira ilegal era usado para compra de imóveis, joias, veículos e apartamentos em balneários, além de campanhas eleitorais dos políticos envolvidos na fraude. Para preservar os bens longe das mãos da Justiça, alguns envolvidos usavam sogros, filhos, sobrinhos, cônjuges e até procuradores nomeados para registrar os bens comprados com o dinheiro público roubado.  

Diário do Pará.

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