O assassinato do cantor Victor Jara na ditadura chilena
Víctor Jara – 28.09.1932 – 15.09.1973
Grande
cantor popular chileno, ele foi cruelmente assassinado nos primeiros
dias da ditadura instaurada pelos militares liderados por Augusto
Pinochet em 1973. O crime aconteceu no Estádio Nacional que servia de
prisão para milhares de militantes. O relato chocante abaixo, que mostra
a barbaridade do assassinato, foi retirado de No Olho do Furacão, do
jornalista brasileiro Paulo Cannabrava, a partir de relatos de quem
esteve lá.“Em
um dado momento, Victor desceu para a platéia e se aproximou de uma das
portas por onde entravam os detidos. Ali topou – cara a cara – com o
comandante do campo de prisioneiros que o olhou fixamente e fez o gesto
mimico de quem toca violão. Victor assentiu com a cabeça, sorrindo com
tristeza e ingenuidade. O militar sorriu, contente com sua descoberta..
Levaram Victor até à mesa e ordenaram que pusesse suas mãos em cima dela. Rapidamente surgiu um facão. Com um só golpe cortaram seus dedos da mão esquerda e, com outro, os da mão direita. Os dedos cairam no chão de madeira, ainda se mexendo, enquanto o corpo de Victor se movia pesadamente.
Depois choveram sobre ele golpes, pontapés e os gritos: ‘canta agora… canta…’, a fúria desencadeada e os insultos soezes do verdugo ante um ‘alarido coletivo’ dos detidos.
De improviso, Victor se levantou trabalhosamente e, com o olhar perdido, dirigiu-se às galerias do estádio… fez-se um silêncio profundo. E então gritou:
- Vamos lá, companheiros, vamos fazer a vontade do senhor comandante.Firmou-se por alguns instantes e depois, levantando suas mãos ensanguentadas, começou a cantar em voz ansiosa o hino da Unidade Popular (Coligação de partidos de esquerda que apoiavam o governo de Allende), a que todos fizeram coro.
Aquele espetáculo era demasiado para os militares. Soou uma rajada e o corpo de Victor começou a se dobrar para a frente, como se fizesse uma longa e lenta reverência a seus companheiros. Depois caiu de lado e ficou ali estendido.”
Levaram Victor até à mesa e ordenaram que pusesse suas mãos em cima dela. Rapidamente surgiu um facão. Com um só golpe cortaram seus dedos da mão esquerda e, com outro, os da mão direita. Os dedos cairam no chão de madeira, ainda se mexendo, enquanto o corpo de Victor se movia pesadamente.
Depois choveram sobre ele golpes, pontapés e os gritos: ‘canta agora… canta…’, a fúria desencadeada e os insultos soezes do verdugo ante um ‘alarido coletivo’ dos detidos.
De improviso, Victor se levantou trabalhosamente e, com o olhar perdido, dirigiu-se às galerias do estádio… fez-se um silêncio profundo. E então gritou:
- Vamos lá, companheiros, vamos fazer a vontade do senhor comandante.Firmou-se por alguns instantes e depois, levantando suas mãos ensanguentadas, começou a cantar em voz ansiosa o hino da Unidade Popular (Coligação de partidos de esquerda que apoiavam o governo de Allende), a que todos fizeram coro.
Aquele espetáculo era demasiado para os militares. Soou uma rajada e o corpo de Victor começou a se dobrar para a frente, como se fizesse uma longa e lenta reverência a seus companheiros. Depois caiu de lado e ficou ali estendido.”
Enviado por luisnassif, ter, 11/09/2012 - 18:00/Por Paulo Kautscher
Do Diário da Classe
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-assassinato-do-cantor-victor-jara-na-ditadura-chilena. militanciaviva
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