Além da
reeleição de Barack Obama, vários episódios demonstram que os Estados Unidos
estão longe de se transformar numa teocracia militarista-corporativa prevista
por analistas mais à esquerda.
A aprovação do consumo recreativo de maconha nos
estados de Washington e Colorado é um exemplo. Outro foram os referendos que
aprovaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo nos Estados de Maryland,
Maine e Washington (DF), juntando-se a outros estados que já reconhecem esse
direito: Connecticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire, Vermont e Washington
(DF).
Na Flórida, 55% dos eleitores rejeitaram um projeto que visava proibir o uso de fundos públicos para financiar abortos, exceto em caso de estupro, incesto ou risco para a vida da mãe. A exceção é a Califórnia, estado que costuma ser vanguarda em questões de comportamento, renegou sua reputação progressista ao rejeitar a abolição da pena de morte.
Na Flórida, 55% dos eleitores rejeitaram um projeto que visava proibir o uso de fundos públicos para financiar abortos, exceto em caso de estupro, incesto ou risco para a vida da mãe. A exceção é a Califórnia, estado que costuma ser vanguarda em questões de comportamento, renegou sua reputação progressista ao rejeitar a abolição da pena de morte.
Tammy Baldwin, a primeira parlamentar gay |
O próximo
Senado dos Estados Unidos terá um número recorde de mulheres: 19 de um total de
cem parlamentares na Casa, contra as 17 atuais. As mulheres se destacaram
principalmente no Partido Democrata; as seis senadoras democratas que
disputavam a reeleição venceram. Duas democratas eleitas serão as primeiras
mulheres a representar seus Estados – Elizabeth Warren em Massachusetts e Tammy
Baldwin, no Wisconsin. Tammy – que parece a irmã gêmea mais nova de Mick Jagger –
é também a primeira senadora abertamente homossexual a ser eleita. Outra
democrata, Mazie Hirono, é a primeira senadora de origem asiática do Havaí.
Mazie Hirono |
Mas o grande
destaque foi Elizabeth Warren, 63 anos, eleita senadora pelo estado de
Massachussetts, que já foi governado pelo candidato republicano derrotado, Mitt
Romney. Ela defendia a regulação do sistema financeiro antes da crise dos
“subprime” estourar em 2008 e a criação de uma agência de proteção financeira ao consumidor.
Elizabeth Warren, a nova sensação liberal |
Como escreveu o colunista Elio Gaspari: “a
banca torrou US$ 1,3 bilhão com lobistas para desidratar a reforma, mas não
conseguiu impedir a criação da agência. Por qualquer critério, Warren seria
encarregada de dirigi-la. A astuciosa oposição do secretário do Tesouro,
Timothy Geithner, e a maleabilidade do companheiro Obama driblaram-na. Numa
bonita cerimônia, ela foi encarregada de organizar a instituição, e tchau.
Agora Warren chega a Washington como senadora, montada na vassoura da defesa da
classe média.
Ela diz coisas que pareciam ter saído de moda. Por exemplo:
‘Neste país ninguém ficou rico à sua custa -ninguém. Você transporta seus produtos em estradas que nós pagamos; você contrata pessoas que foram educadas pelo sistema público, sua fábrica está segura porque nós pagamos a polícia e os bombeiros. (...) Nosso contrato social pressupõe que você receba uma parte dos benefícios e pague para que um garoto seja beneficiado por ele.’”
Os espíritos de George McGovern, Ted Kennedy, Martin Luther King, Adlai Stevenson e Eleanor Roosevelt devem estar sorrindo...
Ela diz coisas que pareciam ter saído de moda. Por exemplo:
‘Neste país ninguém ficou rico à sua custa -ninguém. Você transporta seus produtos em estradas que nós pagamos; você contrata pessoas que foram educadas pelo sistema público, sua fábrica está segura porque nós pagamos a polícia e os bombeiros. (...) Nosso contrato social pressupõe que você receba uma parte dos benefícios e pague para que um garoto seja beneficiado por ele.’”
Os espíritos de George McGovern, Ted Kennedy, Martin Luther King, Adlai Stevenson e Eleanor Roosevelt devem estar sorrindo...
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