“O que meu filho fez para morrer? Ele tem 11 meses”, disse o cameraman da BBC
|
“A escalada vai ter um preço e o outro lado vai ter de pagar”. O
ministro da defesa de Israel, Ehud Barak, autorizou o envio de 30 mil
reservistas para a Faixa de Gaza, onde, desde quinta, mísseis são
trocados entre Palestina e Israel.
Do lado israelense, três pessoas
morreram, duas mulheres e um homem, vítimas dos foguetes que não foram
interceptados pelo sistema de defesa. No setor palestino, foram quinze
mortos e mais de cinquenta feridos.
O número vai crescer. Além da miséria, da barbárie e do horror, o
conflito está trazendo uma novidade: militantes estão postando fotos de
crianças mortas e feridas nas redes sociais. Uma delas foi o filho de um
cameraman da BBC, Jihad Misharawi. Omar tinha 11 meses. Uma menina de 3
anos também morreu.
Os funcionários da emissora nesse pedaço do mundo árabe são mal pagos
e são os caras que vão para o fronte correr risco de vida. Misharawi
disse para a BBC Arabic: “Os estilhaços atingiram nossa casa. Minha
cunhada foi morta com meu filho. Meu irmão e meu outro filho foram
feridos. O que meu filho fez para morrer assim? Qual foi seu erro? Ele
tem 11 meses e o que ele fez? Nós não somos militantes, não há soldados
na minha casa”.
O editor de assuntos internacionais da BBC Jon Williams postou
imagens da tragédia, com uma mensagem de condolências ao colega. Paul
Adams, outro editor, pediu um minuto de oração por Omar. Pouco depois, o
primeiro ministro Benjamin Netanyahu colocou no Twitter a imagem de um
bebê ensanguentado. “Eu vi a foto de um bebê sangrando. O Hamas
deliberadamente mira em nossas crianças”.
As crianças mortas não vão parar a guerra. E as vivas darão continuidade a ela quando crescerem.
no DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário