EUA pagarão US$ 300 milhões pela disputa do algodão com o Brasil |
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Brasil e os Estados Unidos (EUA) fecharam nesta quarta-feira (1º), em
Washington, um acordo para encerrar a disputa comercial entre os dois
países sobre os subsídios pagos pelo governo norte-americano a seus
produtores de algodão.
De acordo com o Ministério das Relações
Exteriores, a assinatura do memorando de entendimento relativo ao
contencioso do algodão dá por encerrada, “de forma exitosa, uma disputa
que se estendia há mais de uma década”. Em nota publicada no início
desta tarde, o Itamaraty informa que “o entendimento bilateral inclui
pagamento adicional de US$ 300 milhões, com flexibilização para a
aplicação dos recursos, o que contribui para atenuar prejuízos sofridos
pelos cotonicultores brasileiros”.
A EXTERMINADORA DO COMPLEXO DE VIRA-LATAS DA ERA TUCANA |
Os ministros das Relações
Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, e da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Neri Geller, viajaram aos EUA para fechar o acordo e
assinar o memorando. Segundo o Itamaraty, o acordo está restrito à
cotonicultura. Isso significa que o Brasil continua tendo direito de
questionar na Organização Mundial de Comércio (OMC), caso julgue
necessário, a legalidade da Lei Agrícola norte-americana em relação a
outras culturas agrícolas.
O contencioso do algodão teve início em
2002. Os produtores de algodão, por meio do governo brasileiro, pediram
uma consulta à OMC sobre subsídios concedidos pelos EUA a seus
produtores de algodão e programas de garantias de crédito à exportação.
Esses mecanismos, da forma que eram dados, foram considerados
incompatíveis com os acordos de Agricultura e de Subsídios e Medidas
Compensatórias da OMC.
Em 2009, a OMC concedeu ao Brasil o direito
de retaliar comercialmente os Estados Unidos em até US$ 829 milhões.
Como a retaliação poderia trazer outras consequências negativas e os
algodoeiros, que levaram a causa adiante, não seriam diretamente
beneficiados, foi aceito um acordo no qual os EUA pagariam, anualmente
US$ 147,3 milhões ao Instituto Brasileiro do Algodão, criado para gerir
os recursos. Em outubro do ano passado, no entanto, o pagamento foi
suspenso, com a aprovação de uma nova lei agrícola (Farm Bill) pelo
Congresso dos EUA.
A nova legislação, no entanto, manteve o
pagamento de subsídios, desrespeitando regras comerciais internacionais.
O Itamaraty informou que, “pelo memorando assinado hoje, os EUA se
comprometeram a efetuar ajustes no programa de crédito e dar garantia à
exportação, que passará a operar dentro de parâmetros bilateralmente
negociados, propiciando, assim, melhores condições de competitividade
para os produtos brasileiros no mercado internacional”.
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