Servidores
da saúde municipal de Belém estão decididos a paralisar as atividades a
partir da 0h da próxima quinta-feira (2). Os médicos da saúde municipal
já estão em greve e agora é a vez dos enfermeiros, nutricionistas,
psicólogos, dentistas, farmacêuticos, assistentes sociais,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e técnicos em radiologia também
suspenderem seus serviços.
Antes disso, os sindicatos da
área de saúde vão realizar nesta quarta-feira (1º), às 9h30, uma
entrevista coletiva, na sede do Sindicato dos Médicos (Sindmepa), para
falar sobre a greve generalizada no serviço público de saúde da capital e
como ficará o atendimento nas unidades atingidas pela paralisação por tempo indeterminado.
Além do Sindmepa, a coletiva terá representantes de outros onze sindicatos e a uma associação, como os sindicatos dos Enfermeiros (Senpa), dos Nutricionistas (Sindnut), dos Psicólogos (Sindosipa), dos Odontologistas (Soepa), dos Farmacêuticos (Sindfarpa), dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais (Sinfito), dos Assistentes Sociais (Sinaspa), dos Técnicos em Radiologia (Sintraban), e ainda os Trabalhadores em Saúde Pública no Pará, ligados ao (Sintsesp), ao Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado do Pará (Sindsaúde) e à Associação dos Servidores do Município de Belém (Assesmub).
Para quinta-feira, dia em que
terá início a greve geral, o Sindmepa convocou médicos e os demais
servidores para comporem um ato público em frente ao Pronto Socorro da
14 de Março, a partir das 10h. “Vamos demonstrar a força do nosso
movimento que luta por melhorias
salariais e das condições de trabalho, o que se refletirá no
atendimento à população”, diz o Sindicato dos Médicos em sua página na
internet.
Os profissionais
ligados à Secretaria Municipal de Saúde decidiram sobre a greve durante
assembleia no dia 19 de julho. A paralisação foi programada para o dia
2 de agosto, visando obedecer o prazo necessário para cumprir pontos
determinados por lei, como a divulgação de esclarecimentos à população e
a emissão de comunicado aos gestores e às autoridades de saúde do
Estado.
Unidos pelos mesmos propósitos
A pauta de reivindicações unificada
contém oito itens e foi enviada à Secretaria Municipal de Saúde (Sesma)
no dia 5 de julho. No dia 18, a Sesma chamou os dirigentes sindicais
para uma conversa, mas dos oito itens, acenou com a possibilidade de
atender apenas dois e parcialmente.
As classes pedem melhoria das condições
de trabalho nas Unidades de Saúde para reverter as precárias
instalações, equipamentos, materiais e medicamentos, o que, de acordo
com os profissionais, tem levado ao adoecimento do trabalhador da área
de saúde e comprometido a qualidade do atendimento ao usuário.
Também reivindicam a recuperação das
perdas salariais, incorporação dos abonos após correção ao salário base,
vale alimentação para todos os servidores da área da saúde, com valor
baseado na cesta básica calculada pelo Dieese, e com garantia de
refeição aos plantonistas das unidades de saúde, no local de trabalho.
Ainda sobre remunerações os
trabalhadores da saúde querem pagamento do retroativo relativo ao
adicional de turno, que deixou de ser pago, e o pagamento e incorporação
das perdas históricas de 20,84% já reconhecidas judicialmente ao
salário base.
Além disso, as categorias
buscam a implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração
(PCCR) da saúde, com ampla discussão com os trabalhadores da área
através de suas entidades representativas e implantação da mesa permanente de negociação do SUS em Belém.
Com a adesão de outras categorias, o
Sindmepa dá novas recomendações aos médicos que atuam no município. A
entidade esclarece em seu site que o atendimento será mantido, mas o
efetivo de profissionais será reduzido a apenas um terço, cumprindo o
que determina a lei de greve.
Assim, se em um determinado ambulatório
há três profissionais, um deles continuará no atendimento. Nas áreas de
urgência e emergência será feita uma triagem dos pacientes que precisem
de atendimento imediato, os demais receberão encaminhamento para
atendimento posterior. (DOL)
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