Esta matéria que o Militanciaviva traz á tona, foi originalmente
publicada em outubro do ano passado pela Folha de Tucuruí, um ano antes
das greves insuportáveis que hoje penalizam a população da nossa cidade,
as vésperas das eleições municipais.O eleitor atento sabe que, em nível
politico, tudo de bom ou de mal esta sempre interligado.
'A
maioria dos deputados estaduais paraenses se recusam a assinar a CPI da saúde
pública em outubro do ano passado(2011). Para estes deputados a saúde pública no Pará está uma maravilha
(e para eles deve estar mesmo).
Eles
não querem apurar o que está acontecendo, não querem saber por que as
pessoas estão morrendo na porta e no interior dos hospitais públicos,
também não querem saber do sumiço de cadáveres e o sucateamento
proposital dos Hospitais Regionais.
Como
querem privatizar a gestão da saúde pública no Estado, entregando a
saúde para as OS, e assim poder contratar cabos eleitorais, parentes e
aderentes nos hospitais públicos sem precisar de concurso, e como também
querem comprar com dinheiro público sem licitação, eles se fingem de
mortos e se recusam a assinar a CPI.
Como
acontece na Câmara Municipal de Tucuruí, em que o prefeito tem maioria e
manda e desmanda fazendo da CMT o seu quintal, o mesmo acontece na
Assembléia Legislativa Estadual, onde o Governador também tem maioria,
transformando a ALEPA em uma instituição voltada para atender aos seus
interesses políticos/pessoais, em vez do interesse público.
Com
a ALEPA atolada em escândalos de corrupção, os deputados em sua
maioria, estão tão preocupados em salvar a própria pele e ao mesmo tempo
usufruir das vantagens que lhe são conferidas pela submissão
incondicional ao executivo, que não tem tempo, coragem e disposição para
defender os interesses do povo paraense, honrar o cargo que ocupam e a
confiança que lhe foi depositada pelo eleitor. '
Hoje, 06/08/12, os profissionais de saúde do município de Belém, que aderiram à greve desde a última quinta-feira (02), devem se reunir em assembleia no Palácio Antônio Lemos, sede da Prefeitura de Belém, às 10h, para decidir o provável fim da paralisação nos hospitais municipais que já dura cinco dias.
A decisão é em função da manifestação do
Tribunal de Justiça do Estado, que considerou a greve abusiva, além de
estipular multa no valor de R$10 mil por dia, caso eles não retornassem
ao trabalho. “Nesta segunda-feira nos reuniremos em assembleia para
decidir se vamos ou não acabar com a greve. Por lei, garantimos 30% dos
trabalhadores nos hospitais municipais, mas a paralisação mobilizou
vários funcionários, cerca de 1.100 entre médicos e profissionais de
saúde que, em protesto, reivindicamos condições de trabalho e qualidade
da própria saúde pública”, explicou o diretor administrativo do
Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), João Gouveia.
Ele disse que até a tarde de ontem não
havia recebido qualquer notificação da Justiça Estadual, e das 12
entidades que estão em greve apenas enfermeiros e farmacêuticos já
teriam sido citados. “A determinação do juiz chegou ao sindicato na
sexta à tarde. A ela está anexado um documento da prefeitura que afirma
que todo o serviço está paralisado. Faremos uma análise jurídica e
política através da assembleia. É uma multa pesada, mas se a categoria
optar pela continuidade da greve vamos acatar. Somente os trabalhadores
decidirão pelo fim, ou não da greve”, afirmou a presidente do Sindicato
dos Enfermeiros do Pará, Antônia Trindade.
Ontem, no Pronto-Socorro do Guamá, o
constante movimento de chegada indicava a situação dentro do hospital.
Do lado de fora era possível enxergar pacientes sendo atendidos em macas
improvisadas nos corredores. Uma servidora, que preferiu não se
identificar, garantiu que a superlotação era tamanha que havia pacientes
espalhados por todas as áreas do PSM.
No sábado, quem precisou de atendimento
nos Prontos-Socorros da capital, não enfrentou dificuldades. Os 30%
obrigatórios que obedeceram à lei, garantiram certa normalidade para
atendimento dos casos de urgência e emergência. Mesmo com a greve na
capital, Flávio Costa, 23, foi transferido do município de Castanhal
para o Pronto-Socorro Municipal Mário Pinotti, na travessa 14 de março,
no bairro do Umarizal. Ele foi vítima de um acidente de moto e precisou
de atendimento de emergência por conta da suposta fratura no pé. “Tive
que vir de Castanhal porque lá não fui atendido. Pelo menos aqui, na
recepção já pediram meus dados e estou apenas aguardando o médico me
atender. Foi mais rápido que eu pensava”, contou.
Segundo o médico intensivista, Hilton da
Silva Alves, a situação quanto às ocorrências diminuíram por conta da
greve. Contudo, as pessoas que necessitam, casos graves considerados de
vida ou morte como esfaqueamento, vítima de acidente e outros, estão
recebendo auxílio conforme as condições do hospital. “O fluxo diminuiu
devido a greve. Mesmo assim, tudo está funcionando normalmente, da
forma, na verdade, que deveria funcionar, ou seja, atender casos
emergenciais”, ressaltou o médico que estava de plantão durante o sábado
a tarde, realizando a triagem no PSM.
REVOLTA
REVOLTA
A morte do paciente Vilson Mendes,
vítima de tuberculose, nas primeiras horas do sábado, revoltou o filho
da vítima. Para ele, a paralisação dos servidores impediu o atendimento
adequado do pai. “A gente entende o desespero do filho, mas a nossa luta
é para que situações como essa, que tem sido comuns, não se repitam”,
garantiu Rosana de Oliveira, presidente da Associação dos Servidores da
Saúde do Município de Belém.
Vinda da Ilha de Mosqueiro em busca de
atendimento para a tia, Laide Marques, de 60 anos, que sentia fortes
dores abdominais, Alessandra Marques queixava-se do tempo de espera para
atendimento. “Estamos esperando desde as 14h, ela está com o soro mas o
médico ainda não apareceu para avaliar o que é e a gente fica assim sem
notícia”, lamentava a mulher por volta das 18h.
Caroline Vilhena, 27, teve mais sorte.
Com um machucado na boca, segundo ela causado por uma briga com o
marido, a jovem buscou ajuda na Unidade de Saúde da Pedreira e foi
encaminhada na ambulância para o PSM da 14. Informada sobre a greve dos
servidores municipais da saúde, Caroline, sangrando bastante, se
preocupou. “E agora, se eles não me atenderem. Pra onde eu vou porque já
vão me levando daqui (Pedreira)”, repetia a jovem que conseguiu
atendimento no Umarizal.
SESMA
SESMA
Ainda assim, a assessoria de comunicação
da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), garantiu que o
movimento grevista não interferiu no quadro funcional e que todos os
hospitais estão funcionando normalmente. Sobre a superlotação, explicou
que é causado pela demanda do interior que chegaria a 55% dos
atendimentos.
A assessoria disse ainda que a
prefeitura espera a manifestação do sindicato em finalizar a greve, uma
vez que a justiça já se posicionou quanto à situação. Em relação ao
paciente que faleceu na madrugada do sábado, a Sesma informou que ele
recebeu todo o atendimento necessário, mas não teria resistido a
gravidade da doença.
(DOL)
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