O Criminoso "majó" Curió, prestará conta das mortes que comandou |
Em
uma decisão inédita e histórica, a juíza da 2ª Vara Federal de Marabá,
Nair Pimenta de Castro, recebeu as denúncias formuladas pelo Ministério
Público Federal (MPF) contra dois dos agentes da ditadura apontados por
vítimas e familiares como os maiores carrascos do período: o coronel da
reserva do Exército, Sebastião Rodrigues de Moura, o Major Curió (foto),
e o major da reserva Lício Augusto Maciel, o doutor Asdrúbal. Os dois
são apontados como responsáveis pelo sequestro qualificado de militantes
que atuaram na Guerrilha do Araguaia.
Envergonhando a farda:
O coronel da reserva do
Exército Brasileiro, Sebastião Rodrigues de Moura, o "Majó" Curió, e o
major da reserva Lício Augusto Maciel, o doutor Asdrúbal, serão os
primeiros militares brasileiros a responder pelos crimes de
lesa-humanidade cometidos durante a ditadura militar. Em uma decisão
inédita e histórica, a juíza da 2ª Vara Federal de Marabá, Nair Pimenta
de Castro, recebeu as denúncias formuladas pelo Ministério Público
Federal (MPF) contra dois dos agentes da ditadura apontados por vítimas e
familiares como os maiores carrascos do período.
Na denúncia, os dois são apontados como responsáveis pelo sequestro qualificado de militantes que atuaram na Guerrilha do Araguaia, na década de 1970, e estão desaparecidos até hoje. O major Curió é acusado de comandar as tropas que prenderam Maria Célia Corrêa (Rosinha), Hélio Luiz Navarro Magalhães (Edinho), Daniel Ribeiro Callado (Doca), Antônio de Pádua Costa (Piauí) e Telma Regina Cordeira Corrêa (Lia), entre janeiro e setembro de 1974. Todos eles foram capturados no Araguaia, levados a bases militares, submetidos à tortura e nunca mais foram vistos.
Na denúncia, os dois são apontados como responsáveis pelo sequestro qualificado de militantes que atuaram na Guerrilha do Araguaia, na década de 1970, e estão desaparecidos até hoje. O major Curió é acusado de comandar as tropas que prenderam Maria Célia Corrêa (Rosinha), Hélio Luiz Navarro Magalhães (Edinho), Daniel Ribeiro Callado (Doca), Antônio de Pádua Costa (Piauí) e Telma Regina Cordeira Corrêa (Lia), entre janeiro e setembro de 1974. Todos eles foram capturados no Araguaia, levados a bases militares, submetidos à tortura e nunca mais foram vistos.
Curió se acha uma espécie de herói fascista do Brasil |
O doutor Asdrúbal é responsabilizado pela captura de Divino Ferreira de
Souza, o Nunes. De acordo com as investigações do MPF, Divino foi
emboscado no dia 14 de outubro de 1973 pelos militares chefiados por
Lício, quando estava ao lado de André Grabois (o Zé Carlos), João
Gualberto Calatroni (o Zebão) e Antônio Alfredo de Lima (o Alfredo).
Apesar de ferido, Divino foi interrogado e torturado. Tal como os
demais, não foi mais visto.
Na denúncia, o MPF defende que a responsabilização penal de Sebastião Curió e Lício Maciel é obrigação do Estado brasileiro diante da sentença da Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre o tema e não contradiz a Lei de Anistia ou o julgamento do Supremo Tribunal Federal, que a revalidou, em 2010. Para a acusação, os acusados são responsáveis por crimes contra a humanidade, que são imprescritíveis e não passíveis de anistia.
Ustra e Gravina
Em São Paulo tramita uma terceira ação penal relativa a crimes da ditadura, contra o ex-chefe do Doi-Codi, Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o delegado da Polícia Civil, Dirceu Gravina, pelo crime de sequestro qualificado do bancário Aluizio Palhano Pedreira Ferreira, ocorrido em maio de 1971. A Justiça Federal, entretanto, negou o recebimento da denúncia. O MPF recorreu e aguarda julgamento de recurso.
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Na denúncia, o MPF defende que a responsabilização penal de Sebastião Curió e Lício Maciel é obrigação do Estado brasileiro diante da sentença da Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre o tema e não contradiz a Lei de Anistia ou o julgamento do Supremo Tribunal Federal, que a revalidou, em 2010. Para a acusação, os acusados são responsáveis por crimes contra a humanidade, que são imprescritíveis e não passíveis de anistia.
Ustra e Gravina
Em São Paulo tramita uma terceira ação penal relativa a crimes da ditadura, contra o ex-chefe do Doi-Codi, Carlos Alberto Brilhante Ustra, e o delegado da Polícia Civil, Dirceu Gravina, pelo crime de sequestro qualificado do bancário Aluizio Palhano Pedreira Ferreira, ocorrido em maio de 1971. A Justiça Federal, entretanto, negou o recebimento da denúncia. O MPF recorreu e aguarda julgamento de recurso.
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