Parados a 3 meses, Docentes da UFPA reafirmam manutenção da greve
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Parados há mais de 100 dias, os professores da Universidade Federal do Pará (UFPA) reafirmaram, ontem, a intenção de manter a greve por tempo indeterminado. Pela manhã, os docentes voltaram a ocupar a entrada do prédio da reitoria, que foi decorada com faixas de protesto e balões pretos. Segundo Andréa Solimões, do comando de greve, o prazo de 31 de agosto, estipulado pelo governo federal, que tem até essa data para apresentar a proposta de orçamento ao Congresso, não vale para os professores. 'Nossa paralisação não é simplesmente pelo reajuste de salário. Para nós o mais importante é a reestruturação da carreira, por isso vamos manter a greve até que o governo aceite voltar a negociar.' De acordo com o comando de greve, em Belém, das 59 universidades federais, 54 continuam com a paralisação. As cinco instituições que voltaram ao trabalho aceitaram a proposta de reajustes diferenciados que chegam ao percentual máximo de 45% parcelados em três anos. Contrários a essa proposta, os professores ligados à Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes) querem que o governo reabra a mesa de negociação, encerrada no dia 1º de agosto. 'O governo estipula um prazo até 31 de agosto, mas a gente sabe que existe a possibilidade de adequação até 31 de dezembro', disse Andréa Solimões. A Andes ainda argumenta que esse reajuste máximo de 45% seria concedido a apenas 10% do total de docentes no Brasil. Ainda assim, o valor pago em três anos teria os descontos da inflação nesse triênio, projetada para pelo menos 15%. A contraproposta da associação nacional é de que haja progressão de 4% a cada dois anos. Dentre os pontos, a categoria quer que o reajuste seja concedido sobre o vencimento-base e de forma indiferenciada entre os níveis de carreira, ao contrário da intenção do governo. Em reunião na tarde de ontem, o comando de greve decidiu realizar uma assembleia geral na próxima quinta-feira, quando os professores discutirão as ações de pressão ao governo federal. Até a quinta, a categoria aguarda uma posição do Ministério do Planejamento com relação à contraproposta dos professores. 'Não existe volta às aulas. A greve se mantém. Existem professores enviando e-mails, chamando para as aulas, mas a greve não terminou', assegurou Vera Jacob, que faz parte da diretoria da Associação de Docentes da UFPA (Adufpa), Vera Jacob. A entidade é vinculada à Andes. Amanhã, haverá uma audiência pública no Senado, onde serão discutidas as proposições do governo e dos grevistas, em sessão da Comissão de Educação, Cultura e Esporte da Casa. Na UFPA, cerca de 60 professores ligados ao Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que acatou a proposta do governo, são os únicos que permanecem em atividade. A Adufpa diz que esse número não diz respeito às aulas de graduação, que estão paradas. Vestibular - Os membros do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da UFPA decidiram não aprovar, na manhã de ontem, o calendário do vestibular 2013 da instituição, a fim de acompanhar o desenrolar da greve e a tentativa de negociação entre professores e governo federal. O adiamento deve durar duas semanas, atrasando o cronograma do vestibular deste ano. A intenção da reitoria era realizar o vestibular no dia 9 de dezembro, o que traria prejuízos principalmente aos alunos da Escola de Aplicação - antigo Núcleo Pedagógico Integrado (NPI) -, vinculado à UFPA e, por isso, em greve junto assim como a universidade.
Fonte: O Liberal
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