Os
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram novamente a
inclusão do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva no
processo de julgamento do mensalão.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (15) durante a análise de
preliminares apresentadas por alguns advogados dos 38 réus na Ação Penal 470.
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O
pedido de inclusão de Lula no processo foi apresentado pela defesa do
ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB. No primeiro dia de
julgamento, o advogado Luiz Corrêa Barbosa afirmou que Lula deveria ser
incluído dentre os réus. A alegação também tinha como objetivo
desqualificar o trabalho do Ministério Público que apresentou a acusação
contra os acusados. No entanto, os ministros consideraram que não há
razão para isso e que a prerrogativa é exclusiva da Procuradoria-Geral
da República. “Mesmo que quiséssemos, não poderíamos impor a inclusão de
alguém”, afirmou o ministro revisor do caso, Ricardo Lewandowski.
As questões preliminares são
apresentadas antes do voto do relator e após o fim das sustentações
orais proferidas pela defesa dos réus. A Corte analisou 18 preliminares
até este momento, e todas até agora foram rejeitadas.
Novamente, o pedido de
desmembramento do processo foi apresentado pelos defensores. No primeiro
dia de julgamento, a Corte discutiu por quase 4 horas se acatariam uma
questão de ordem apresentada por três advogados para que os acusados sem
prerrogativa de foro fossem julgados por outras instâncias da Justiça.
Hoje a questão foi rapidamente rejeitada.
A única preliminar de autoria do
ministro Joaquim Barbosa, foi um pedido para informar à Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) sobre críticas feitas por três advogados a ele
em uma entrevista dada ao site Consultor Jurídico em que disseram que ele não tinha a devida parcialidade para atuar no julgamento por ter “atuação midiática”.
Os advogados apresentaram uma
questão preliminar para pedir o impedimento do relator. Como os
advogados incluíram tais alegações em suas sustentações orais, o caso
teve que voltar durante as questões preliminares. No entanto, os
ministros rejeitaram a tese da defesa e permitiram que Joaquim Barbosa
continue no julgamento, mas entederam também que a OAB já está ciente do
caso e não precisa ser oficiada. Para Joaquim, as declarações foram
“uma agressão gratuita”, feitas não somente a ele, mas “à honra desta
Corte e do país”.
A fase de defesa dos réus acabou
hoje. Amanhã, com o voto do relator, os ministros começarão a fazer as
suas considerações sobre o caso. A apresentação das preliminares
acrescentou quase três horas ao julgamento.
Congresso em Foco
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