O julgamento da Ação Penal 470, apelidado de ‘mensalão’ pela mídia
conservadora, sofrerá nesta segunda-feira a sua maior reviravolta.
Advogado do deputado cassado Roberto Jefferson, autor da denúncia de
compra de votos por parte de um esquema audacioso, montado para que o
Partido dos Trabalhadores (PT) permanecesse indefinidamente no poder,
segundo a tese do ‘mensalão’, Luiz Francisco Corrêa Barbosa dirá à
Superma Corte que tudo não passou de uma mentira, de uma invencionice de
seu cliente.
Os recursos entregues pelo PT ao PTB, no total de R$ 4
milhões, eram, na verdade, o cumprimento de um acordo para financiamento
de campanhas municipais em 2004.
Corrêa Barbosa adiantou a sua linha de defesa do cliente em uma
entrevista publicada neste domingo em um portal da internet. O advogado
confessa que a tal mesada, supostamente paga a parlamentares, foi
“objeto de coação”. Jefferson, que se dizia pressionado pelo partido,
criou a palavra como figura retórica para se vingar de seus algozes. O
segundo conceito é o caixa 2, como já admitido por réus, como Delúbio
Soares. Com essa confissão pública, Jefferson derruba a tese central da
peça de acusação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel,
estruturada em mais de cinco horas de leitura, no início do julgamento,
sobre as mentiras do ex-parlamentar petebista.
Barbosa criticou, ainda, as falhas na denúncia de Gurgel. Segundo ele, a
defesa do operador do ‘mensalão’, Marcos Valério, feita pelo advogado
Marcelo Leonardo conseguiu desconstruir a tese do procurador-geral.
– A casa caiu! – exclamou, em entrevista ao portal iG.
Segundo o advogado, “ele (Leonardo) indicou provas em juízo, ao crivo do
contraditório, que não são aquelas que indicou o procurador-geral (da
fase pré-processual e em tese sem validade, conforme a defesa dos réus
no processo). Essa ação penal vai terminar com um festival de
absolvições porque não tem provas contra quase ninguém”. Barbosa também
ratificou que Roberto Jefferson de fato recebeu R$ 4 milhões do PT. Na
época, o PTB negociou com o PT a concessão de R$ 20 milhões. Segundo a
defesa do petebista, esse dinheiro serviu para o custeio das campanhas
municipais de 2004. A defesa de Jefferson nega que o depósito de R$ 4
milhões foi utilizado para a compra de apoio político do partido visando
a aprovação da reforma da previdência.
– Não há um elemento de prova no processo a não ser a palavra dele
(Roberto Jefferson) de que ele recebeu esses R$ 4 milhões – revela.
Na entrevista em vídeo concedida ao iG, Barbosa confirma que também vai
defender, em favor de Jefferson, a mesma tese apresentada pela defesa do
ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, entre outros, segundo a qual o
pagamento de congressistas denunciado pela Procuradoria Geral da
República (PGR) não passou de um mero esquema de Caixa 2 (pagamento de
despesas de campanha não declaradas à Justiça Eleitoral).
Na semana passada, o presidente do PTB já fez essa revelação ao dizer
“José Dirceu me derrubou, mas livrei o Brasil dele”. Essa “vingança”
mobiliza o debate político no Brasil há sete anos e boa parte da
acusação de compra de votos está ancorada no testemunho de um personagem
que, agora, desdiz tudo o que havia dito.
Essa é uma parte da história da República que futuramente estará nos livros escolares
ResponderExcluirVamos ver onde isso vai dar!!!
ResponderExcluirCaso isso se confirme... onde fica o STF? O descredito no judiciário será ainda maior....
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