AFIRMAÇÃO
FOI FEITA PELA MULHER DO CONTRAVENTOR CARLINHOS CACHOEIRA AO JUIZ
FEDERAL ALDERICO ROCHA SANTOS; SE DEU DURANTE TENTATIVA DE CHANTAGEM
SOBRE ELE, PARA QUE TIRASSE O MARIDO DA PENITENCIÁRIA DA PAPUDA; SANTOS
REGISTROU AMEAÇA À JUSTIÇA FEDERAL, EM JULHO, COMO MOSTRA DOCUMENTO
OBTIDO COM EXCLUSIVIDADE POR 247
247 – É muito mais surpreendente, perigosa e antiética a relação que une
o contraventor Carlinhos Cachoeira e o jornalista Policarpo Júnior,
editor-chefe e diretor da sucursal de Brasília da revista Veja, a julgar
pela ameaça feita pela mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, ao juiz
federal Alderico Rocha Santos.
Documento obtido com exclusividade por
247 contém o ofício à Justiça Federal de Goiás, datado de 26 de julho,
assinado pelo juiz Rocha Santos, no qual ele relata como foi e quais
foram os termos da ameaça recebida de Andressa. A iniciativa é tratada
como "tentativa de intimidação". Ele lembrou, oficialmente, que só
recebeu Andressa em seu gabinete, na 5ª Vara Federal, em Goiânia, após
muita insitência da parte dela.
Com
receio do que poderia ser a conversa, Rocha Santos pediu a presença,
durante a audiência, da funcionária Kleine. "Após meia hora em que a
referida senhora inistia para que este juiz revogasse a prisão
preventiva do seu marido Carlos Augusto de Almeida Ramos, a mesma
começou a fazer gestos para que fosse retirada do recindo da referida
servidora".
Em sua narrativa à Justiça, Rocha Santos afirma que
perguntou a Andressa porque ela queria ficar a sós com ele, obtendo como
resposta, após nova insistência, que teria assuntos íntimos a relatar,
concernentes às visitas feitas a Cachoeira, por ela, na penitenciária da
Papuda. Neste momento, o juiz aceitou pedir a Kleine para sair.
"Ato
incontinenti à saída da servidora, a sra. Andressa falou que seu marido
Carlos Augusto tem como empregado o jornalista Policarpo Jr., vinculado
à revista Veja, e que este teria montado um dossiê contra a minha
pessoa".
A importância do depoimento oficial obtido com exclusividade
por 247 é fácil de perceber. Nunca antes alguém tão próximo a
Cachoeira, como é o caso de sua mulher Andressa, havia usado a
expressão "empregado" para definir o padrão de relação entre eles. Após
essa definição, Andressa disse que Policarpo tinha pronto um dossiê
capaz de, no mínimo, constranger o juiz Rocha Santos, a partir de
denúncias contra amigos dele. O magistrado respondeu que nada temia, e
não iria conceder, em razão da pressão, a liberdade solicitada a
Cachoeira. O caso rendeu a prisão de Andressa, que precisou pagar R$ 100
mil de fiança para não enfrentar a cadeia por longo tempo. A fiança foi
paga em dinheiro. O juiz, ao denunciar a "tentativa de
constrangimento", fez a sua parte. Cachoeira continua atrás das grades,
na Papuda. Policarpo Jr. permanece com a sua reputação em jogo. Um dos
grampos da Polícia Federal revelou que ele pediu a Cachoeira para
realizar um grampo ilegal sobre o deputado federal Jovair Arantes – e
conseguiu o que queria.
Confira documento na íntegra
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