A Receita
Federal reteve, na tarde de sexta, uma aeronave que estaria sendo
utilizada pela empresa “ORM Air Taxi Aéreo” sob suspeita de
irregularidades na importação. Segundo fontes da Receita Federal, o
avião em questão tem problemas de registro de propriedade e importação.
No caso em questão, os irmãos Maiorana seriam os reais proprietários,
embora a aeronave esteja em nome de estrangeiros.
Os irmãos Romulo e Ronaldo Maiorana |
Se confirmada
suspeita, eles poderão responder pelos crimes de falsidade ideológica e
descaminho.
Apesar de o fato ser de interesse público, a
Infraero e Receita Federal não quiseram se pronunciar oficialmente
sobre o caso. O avião é de um jato de luxo, modelo executivo, com
iniciais N2 e o restante com letras de um alfabeto desconhecido. Após a
notícia da retenção ter vazado para a imprensa e sem que soubesse que
tínhamos essas informações, a equipe do DIÁRIO conversou com Flávio
Santos, gerente da ORM, dentro da sala de monitoramento da Infraero. No
início, Santos negou o ocorrido. Porém, quando a reportagem citou que a
aeronave com iniciais N2 é a que havia sido apreendida pela Receita
Federal, ele não só confirmou que era essa aeronave, como também disse
que ela era dos Estados Unidos, espontaneamente.
Questionado pela reportagem sobre o motivo
dessa aeronave ter a logomarca das Organizações Rômulo Maiorana, ele em
seguida desconversou: “Vocês vão ter que provar o que estão dizendo. Eu
estou dizendo que nenhuma aeronave da ORM está apreendida. Todas elas
estão no nosso hangar”, argumentou. Convidado pela reportagem a nos
acompanhar até o hangar para que confirmasse o que falava, ele disse que
não tinha autorização para fazê-lo.
O auditor da Receita Federal que cuida do
caso é Iranilson Brasil, conforme informação dada pelo funcionário da
Receita de plantão no aeroporto. O plantonista nos informou que por ele
poderíamos ter acesso ao Hangar, mas, após uma consulta por telefone ao
auditor da Receita responsável pelo caso, o acesso foi negado. A equipe
do DIÁRIO chegou a entrar em contato com o auditor por telefone, mas ele
se negou a dar maiores informações.
SILÊNCIO
No portão que dá acesso ao Terminal de Cargas Internacionais, guardado pelo vigilante Valdecir, de uma empresa particular que presta serviços à Infraero - e é responsável pela proteção da entrada onde são guardadas as cargas que vêm de outros países - , a equipe do DIÁRIO foi informada que a Receita autorizou que o avião retido fosse lacrado e ficasse sob os cuidados da Infraero.
SILÊNCIO
No portão que dá acesso ao Terminal de Cargas Internacionais, guardado pelo vigilante Valdecir, de uma empresa particular que presta serviços à Infraero - e é responsável pela proteção da entrada onde são guardadas as cargas que vêm de outros países - , a equipe do DIÁRIO foi informada que a Receita autorizou que o avião retido fosse lacrado e ficasse sob os cuidados da Infraero.
A informação contrastou com as primeiras
palavras do gerente Flávio Santos, que garantia que não havia nenhuma
aeronave retida nas dependências do aeroporto internacional de Val de
Cans. “Não tenho conhecimento de nenhuma aeronave apreendida”, garantiu
ele, com certa tranquilidade, à reportagem do DIÁRIO. Minutos depois,
ele acabou dizendo que uma aeronave americana com iniciais N2 estava sim
retida pela Receita Federal. Entretanto, o servidor do órgão, que se
encontrava na sala da Receita, no aeroporto, a cada pergunta feita
reportagem do DIÁRIO, respondia com a mesma frase: “Não estamos
autorizados a dar informações”. Mesmo com esse bloqueio que foi imposto à
imprensa, fontes do órgão confirmaram a retenção do jatinho de luxo.
(Diário do Pará)
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