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terça-feira, 17 de junho de 2014

BARBOSA: A CONTRADIÇÃO DO JUIZ QUE USA DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS...


O Programa fantástico da rede Globo, mesmo em queda livre em nível de audiência, mostrou no domingo passado para o mundo inteiro, uma matéria em que da um 'xeque-mate' na hipocrisia de Joaquim Barbosa, que não reconhece os direitos constitucionais de José Dirceu e José Genuíno - presos políticos - tratando-os como presos comuns; enquanto isso, no resto do Brasil, a verdadeira bandidagem zomba do sistema, da sociedade e da 'pose' midiática de justiceiro implacável que Joaquim Barbosa tentou artificialmente forjar para si com a ajuda fajuta do PIG.

 Confira aqui abaixo um fragmento da reportagem do fantástico:

Detentos com dinheiro têm regalias em duas penitenciárias brasileiras


Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça mostram presidiários com livre acesso a celulares, usados para acompanhar ações criminosas.





TVs de última geração, cozinha superequipada, churrasco com carne de primeira e dinheiro de sobra. Não, não estamos falando de turistas milionários que vieram ao Brasil se divertir na Copa. Estamos descrevendo a rotina de duas grandes penitenciárias brasileiras.

Nessas cadeias, preso que tem dinheiro, tem tudo. Dois trechos de gravações telefônicas mostram o que acontece dentro da cadeia.
Preso: Oi, linda.
Namorada: Tô aqui no mercado. O que eu levo pra ‘tu’ comer?
Preso: Leva uma carne boa.
Namorada: Costela mesmo?
Preso: Isso.
Preso: Amanhã também tem um churrasco aqui.
Bandido: Churrasco aí?
Preso: Tem uns dois mil ‘espetinho’ que vai ter aqui ‘pra nóis’. Só espetinho de primeira, só com bacon, é queijo, só coisa boa.
Os homens que você ouve nas ligações no vídeo acima, tranquilos, comprando carne, organizando churrascos, não estão livres. As escutas telefônicas foram feitas na Penitenciária de Aparecida de Goiânia, e no Presídio Central de Porto Alegre.
Os homens que falam a vontade ao celular nem parecem criminosos que estão na cadeia. As gravações tiveram autorização da Justiça.
No final de maio, o Ministério Público do Rio Grande do Sul apresentou denúncia contra 41 pessoas, envolvidas em uma quadrilha comandada por trás das grades. “Presídio Central, da porta para dentro, é comandado pelos presos”, afirma Ricardo Herbstrith, promotor de Justiça do Rio Grande do Sul.
Segundo a investigação, os chefes de facções criminosas, dentro da cadeia, não organizam apenas churrascos. Também têm livre acesso a celulares e à internet.
Imagens feitas do alto mostram um preso ao telefone. Em uma gravação, um dos bandidos chega a acompanhar, em tempo real, da cadeia, a entrega de dinheiro de tráfico de drogas na casa luxuosa de um dos chefes da quadrilha, preso na mesma penitenciária.
Bandido: Estacionou ali e ele botou a chave ali, ‘tá’ ligado?
Preso: Claro, eu ‘tava’ vendo ali pela câmera, meu.
“Dentro do presídio, com smartphone, com 3G funcionando, acompanhava todas as câmeras de segurança da sua casa”, diz o promotor.
Os chefes do crime comandam, cada um, uma galeria do Presídio Central. São chamados de “prefeitos”. “Tem vários cargos dentro da galeria. Um dia eu perguntei para um preso: ‘Está trabalhando na galeria?’, ‘Sim’, ‘Faz o que lá?’, ‘Eu sou ministro dos Esportes’”, conta Sidnei Brzuska, juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre.

Acompanhado pelo juiz responsável pela fiscalização da unidade, o repórter Giovani Grizotti visitou o presídio e entrou nas celas dos tais “prefeitos”.
Ventiladores, aparelho de som, uma geladeira duplex com bastante comida, tem até iogurte e também achocolatado. Em outra cela, ventilador, TV de tela plana e uma geladeira duplex. Dentro dela, carne congelada, margarina, suco de fruta, mamão, café, ventilador, cama de casal, liquidificador e também aparelho de som.
O dinheiro que sustenta tanta mordomia vem de roubos e tráfico. E também da extorsão de parentes de outros presidiários, geralmente pessoas presas pela primeira vez.
“Ameaçava todo mundo lá de casa, meus filhos, mãe, todo mundo se não pagasse“, diz uma pessoa.
Fantástico: Começou levando quanto?
Pessoa: Duzentos. Daí ‘pra’ quinhentos.
Fantástico: Por semana?
Pessoa: Na semana, eles pediam.
As namoradas e mulheres dos chefes também têm prioridade para entrar no presídio, e esse privilégio fica registrado nos computadores da Secretaria de Segurança Pública.
“Essa prioridade faz com que elas cheguem lá e não percam tempo em fila. É o absurdo dos absurdos”, comenta o promotor Ricardo Herbstrith.
Em uma das gravações, um dos chefes dos bandidos, conhecido como Ben Hur, mostra que controla não apenas o presídio, mas também os gastos excessivos da companheira.
Ben Hur: Gastou mais de 10 mil esse mês.
Namorada: Mais de 10?
Ben Hur: Bem mais, filha. Soma, desde o começo do mês.
“Os presos têm absoluta liberdade, absoluto domínio sobre o espaço interno das galerias e, dali, eles comandam o crime”, ressalta o promotor.
Em mais uma gravação, outro chefe, conhecido como Capa, conversa com um assaltante que acabou de roubar um carro.
Bandido: O carro é sedan, automático, dá no nosso?
Capa: A frente, o que nós vamos usar é a frente. Mas, é 2013?
Bandido: É 2013.
O automóvel seria clonado, ou seja, os bandidos usariam partes e documentos de outro carro para escapar da fiscalização. A vítima não quer mostrar o rosto: “Ele chegou até a engatilhar a arma e colocar na minha cabeça. Cheguei a ficar desesperado, entrei em pânico, chorei”.
A quase 1.500 quilômetros de Porto Alegre, na Região Metropolitana de Goiânia, o roubo de carros também é comandado da cadeia. Por telefone, um ladrão, a serviço de bandidos presos, comemora um assalto.
“Ó, tô com a Montana. Ela tem roda, é branca, zero, zero, zerinho”, diz o bandido.
O carro roubado é do empresário José Feliciano. “Me abordaram, já colocaram a arma em mim. E falaram assim para mim: ‘Não, vagabundo, passa para o banco de trás’”, conta.
Os presos na penitenciária de Aparecida de Goiânia parecem não ter uma vida tão difícil assim. Eles fazem churrasco, usam drogas e recebem até visitas de prostitutas.
“Mulher não falta, não. É todo domingo. Elas vêm só pra isso. Pra fazer programa. Você paga cem, cento e cinquenta. E bonita”, diz um preso.
Uma investigação do Ministério Público que envolveu sete promotores e durou mais de um ano revelou as mordomias.
“Carne aqui é mato, nós ‘assa’ carne toda hora”, diz um preso.
“O escárnio é uma encomenda de 1.200 espetinhos para fazer uma festa dentro do presídio. Isso é um escárnio”, afirma Lauro Machado Nogueira, procurador-geral de Justiça de Goiás.
A penitenciária tem até mesa de sinuca coletiva e videogame nas celas. As drogas são usadas livremente. O dinheiro vem, principalmente, do roubo de carros e também de trotes por telefone... 
Fonte: G1
 
Cadê o Dotô Joaquim?

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