Que o Jornal Folha de São Paulo é um dos jornais tucano, você já sabe.
Que a Folha faz campanha eleitoral para o PSDB, você também já sabe há
muito tempo.
A nota, “Justiça Eleitoral manda Folha retirar texto de Aécio da
internet”, bem escondida, em letras minúscula, apenas para o olhar mais
atento do leitor, publicada nessa quarta feira (11), no jornal, prova o
que nós sempre falamos. Porém, só agora, depois de anos, a Justiça
Eleitoral resolveu entrar em ação pedindo a retirada dos textos em 48
horas. A Folha avisa que não retirou os textos da coluna do Aécio e que
vai recorrer da decisão
A Folha, vem dedicando páginas e mais páginas de apoio à candidatura
de Aécio Neves. Até uma coluna foi criada para o tucano atacar,
raivosamente, a presidente Dilma.
Não é de hoje que a Folha se tornou um panfleto oficial de propaganda e
cabo eleitoral do PSDB. Aécio Neves nem precisa se preocupar em gastar
com jornais e panfletos do partido para exaltar suas obras e análises
de seu governo. Basta ler a Folha de São Paulo. E se o PSDB estiver
disposto a fazer um acordo direto com o Otavinho, pode distribuir o
jornal nas casas dos seus eleitores durante a campanha eleitoral
O problema da grande imprensa, em especial a paulista, não é a crítica
feroz ao governo Dilma, mas à falta de espaço para opiniões divergentes.
Uma vez ou outra em algum caderno do jornal sai uma entrevista de
pessoas que pensam diferente e têm ideias divergentes das propagadas
pela grande imprensa, mas é quase inexpressivo esse espaço.
O outro problema é a diferença que a mídia faz com relação a políticos
de algumas siglas partidárias. A imprensa deve buscar e mostrar os dois
lados da moeda, investigar todos políticos sem exceção e, se estiver de
um lado só, deixar isso claro para o leitor.
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/06/tre-manda-folha-retirar-de-suas-paginas.html
Ibope escondeu informações que haviam nas
pesquisas anteriores
Ibope escondeu informações que haviam nas pesquisas anteriores.
Na terça-feira (10) publicaram mais uma pesquisa Ibope, dizendo que a
Dilma caiu de 40 para 38%, que Aécio Neves (PSDB) subiu de 20 para 22%, e
que Eduardo Campos (PSB) subiu de 11 para 13%. Dilma continua vencendo
em todos os cenários, inclusive de simulação de segundo turno.
Fui ver o relatório
e eles eliminaram informações de cruzamento de dados que nos permitiam
identificar contradições, como provamos na pesquisa anterior que Aécio não tinha 20% e sim 17%. Agora o Ibope escondeu, com medo de nossos blogs desmascararem de novo.
Curiosamente o relatório também não fala nada sobre o grau de conhecimento dos candidatos. No Datafolha, Dilma ficou menos conhecida com o correr do tempo, acredite se quiser.
De bater o olho no relatório do Ibope eu já vejo um erro metodológico, que já comentamos aqui sobre pesquisas anteriores.
Brancos/nulos na estimulada tem 18% e na espontânea cai 14%. Isso tira
bastante valor científico, pois a pessoa quando é estimulada sem que no
disco tenha a opção brancos/nulos, alguns podem entender diferente, como
"eu vou votar nulo, mas se fosse obrigado a escolher um destes nomes
então eu votaria no fulano (em geral em um nome da oposição)".
Resumindo: a pesquisa transfere intenções de votos nulos para candidatos
da oposição.
Essas coisas enfraquece a confiança na pesquisa, e não dá para levar
muito a sério os números. Mas se formos olhar assim mesmo, vemos que o
cenário caminha para uma polarização. Dilma é melhor votada entre os
eleitores de menor renda. Aécio é melhor votado nas faixas mas altas de
renda.
A faixa do eleitorado que vota em Dilma é a que ainda está menos
interessada nas eleições até agora, enquanto a faixa em que o Aécio
aparece mais forte é a que está mais interessada. Significa que Dilma
pode estar com o piso de votos, e Aécio está caminhando de atingir seu
teto.
De qualquer forma, tem coisas que deve preocupar. É a piora na avaliação
e aprovação do governo. Isso pode até ser explicado pelas greves de
ônibus que ocorreram em várias cidades do Brasil e ocupou bastante o
noticiário. Apesar dos ônibus serem da alçada municipal, o mau humor é
descontado na presidenta, em parte pelo noticiário de São Luiz, de
Cuiabá, do Rio, São Paulo, etc. ser propositalmente jogado para o Jornal
Nacional em vez de jogar para o telejornal regional.
O lado positivo é que esse mau humor pode passar. Muitos eleitores não
tem razão objetiva para não votar em Dilma. Ela é apenas a vidraça
política mais visível. Na hora em que comparar os candidatos e suas
características, é bem provável de muita gente que não declara voto
agora acabar votando nela, até por sentir mais confiança em não desandar
suas vidas, seu emprego, suas conquistas.
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