por Eduardo Bueres
Quando os moradores da comunidade de Pinheirinhos em São Paulo - propriedade reclamada por um conhecido mega especulador transnacional - foi criminosamente escorraçada, massacrada e expulsa pelo governo estadual tucano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
muito hipocritamente, fez um sacro coral de vozes mudas; não se viu nenhuma ação contundente em nível de solidariedade ou protesto nacional organizado ou panfletário de peso em apoio as centenas de famílias que ali habitavam e ficaram desamparadas.
Por essa razão soa tão estranho e falso quanto um sino enferrujado para a grande maioria dos brasileiros, saber que a CNBB gastou uma boa fortuna para imprimir em papel de luxo uma montanha de panfletos de lixo, onde que critica a “inversão de
prioridades” no uso do dinheiro público na organização da Copa do Mundo.
O material fajuto é assinado por uma tal de "Pastoral do Turismo" e traz questionamento sobre a aplicação dos recursos públicos, condenando a remoção de comunidades carentes para a
construção de obras estruturais de saneamento básico no entorno dos estádios, ou de mobilidade. Alega também a apropriação do futebol (?) por entidades privadas e grandes corporações , como se fosse algo que fosse possível o governo estatizar, criando por exemplo a "Futebolbrás", e o desrespeito
sistemático à legislação ambiental, trabalhista e do consumidor.
Turismo sexual |
Em vez de estar espalhando material inútil que, na prática, só prove a cizânia interna e não a paz; que passado o evento da copa, vai se transformar em lixo mental, melhor faria a desconhecida "Pastoral do Turismo" da CNBB, se
nas 12 cidades que vão receber jogos do Mundial da Fifa, passasse a distribuir um outro material, publicados em
português, espanhol e inglês, listando e orientando seu rebanho para o perigo real da chegada de milhares - entre os milhões que virão para assistir a copa do mundo - que desembarcarão nos portos e aeroportos do Brasil, para fazer turismo sexual. Estes sim, não o desporto, merecem ganhar um “cartão vermelho” da banda jurássica Igreja Católica.
A verdade é que a Igreja católica no Brasil não se renovou e, mais que no resto do mundo, perdeu o foco e se condenou a exercer um papel conservador; perdeu também legiões de seguidores que enojados com as denuncias que envolvem seus sacerdotes ate o pescoço com crimes de pedofilia, corrupção e desvio de conduta ética, se acha na contramão da nova linha franciscana em Roma, que é libertária. Que saudade da época de D. Helder e D. Evaristo...
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