Mea Cuba. O diretor Elia Suleiman dirige e interpreta episódio em que vive hilário viajante |
O
noticiário talvez dê conta melhor das vicissitudes pelas quais Cuba
passa, finda a administração direta de Fidel Castro.
De todo modo, 7 Dias em Havana pode colaborar tanto para uma revisão nostálgica quanto para a introdução de um primeiro viajante, como aquele hilário visitante interpretado por Elia Suleiman em episódio por ele mesmo dirigido. O filme, que estreia sexta 2, reúne sete pequenas histórias assinadas por conhecidos diretores e um ator, Benicio Del Toro. Como em todo projeto coletivo, se desequilibra na qualidade, mas a possibilidade permitida pela abertura em filmar na ilha diz muito de como andam os olhares a esse particular país.
Essa visão pode ser, talvez inevitável, do paraíso solar regado a belas morenas, rum e música. É o legado evidente cubano que Del Toro e Pablo Trapero não fazem questão de disfarçar em El Yuma e Jam Session, este último matizado pela presença de um destemperado Emir Kusturica, o diretor sérvio que vive a si mesmo, atormentado por uma crise amorosa. Menos justificáveis na apreensão de um estado de coisas são os episódios de Julio Medem, sobre cantora que sonha com carreira na Europa, e de Gaspar Noé, cujo ritual do título implementa menos um quadro observador do misticismo de raízes africanas do que uma preocupação de estilo. Melhor convence o cubano Juan Carlos Tabio, com seu ótimo retrato do poder improvisador de seus compatriotas, reafirmado pela força e solidariedade presentes na história do francês Laurent Cantet, também dando conta da religiosidade do povo, outra imagem recorrente .
7 dias em Havana
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