Eduardo Guimarães
Quem
tem olhos, cérebro e alma sabe que o julgamento do mensalão decorre de
uma conspiração política que só encontra paralelo na história recente do
Brasil na conspiração que levou ao golpe militar de 1964. Essa fina
flor do reacionarismo de ultradireita que reúne imprensa, Judiciário e
setores do Legislativo apostou tudo nesse processo.
As
eleições municipais de 2012, no primeiro turno, frustraram à larga os
anseios dos que apostaram no julgamento do mensalão para destruir
politicamente o Partido dos Trabalhadores. E, apesar de toda a campanha
massacrante que reuniu o maior aparato publicitário já formado em torno
de um fato político, ela foi um fiasco.
O
PT cresceu fortemente nas eleições de 7 de outubro. E, como se não
bastasse, tornou-se o partido mais votado do país, com mais de 17
milhões de votos para prefeito e vereador.
Agora,
no segundo turno, porém, o fracasso reacionário pode adquirir
proporções dramáticas. Está para ocorrer a tomada do ultimo bastião da
direita no Brasil, a cidadela do conservadorismo nacional, São Paulo,
que está prestes a cair diante do força avassaladora de um projeto
progressista que mudou o país para sempre.
Confesso
a você, leitor, que, no início, cheguei a duvidar das possibilidades de
o novo “poste” de Lula obter êxito em uma cidade como São Paulo, cidade
que tem o povo mais despolitizado de todo o país e que se deixa
influenciar como nenhuma outra por panfletos de ultradireita como Veja,
Folha de São Paulo e Estadão, sem falar na Globo.
Mais
uma vez, o ex-presidente mostrou por que chegou aonde chegou na
política tendo partido da miséria do sertão nordestino. Lula enxerga o
jogo político lá longe, como se estivesse ao seu lado. Poucos
acreditavam em sua visão de que Fernando Haddad é, basicamente, o que
São Paulo quer.
A
direita midiática, com todos os seus recursos, com todos os seus
institutos de pesquisa de opinião, com suas televisões, com seus jornais
e com seus bilhões de dólares não foi capaz de perceber o esgotamento
da paciência do paulistano com a embromação demo-tucana. Ou sequer a
intensidade do sofrimento de São Paulo.
As
pesquisas mostram larga vantagem de Haddad sobre José Serra, o bibelô
da ultradireita brasileira. E, obviamente, a máquina de difamação
demo-tucano-midiática já começa a se levantar. Nesta sexta mesmo, o
panfleto mais servil a Serra, a Folha de São Paulo, ao lado da notícia
sobre a disparada do petista na pesquisa Ibope já faz denúncia contra
ele.
Serra
e a mídia ultraconservadora estarem acuados é sinônimo de qualquer
coisa que se possa imaginar em termos de baixaria, de golpes eleitorais.
As portas do inferno irão se abrir contra Haddad. Família, biografia,
tudo será alvo da fúria nazista desse grupo político criminoso,
golpista, imoral.
Todavia,
a vitória de Haddad tem chances muito boas de se materializar. Todos
sabem que haverá uma campanha de desmoralização contra ele. Aliás, que
maior campanha de desmoralização pode haver do que a farsa em curso no
STF? Mas está funcionando? Não, claro que não. Dúzias de cientistas
políticos dizem que não está funcionando.
A
vitória de Haddad, além de tudo, produzirá uma nova e poderosa
liderança política. O professor com pinta de galã certamente tem uma
promissora carreira política pela frente. Haddad tem cara de presidente
da República ou não tem? Só não pode cair no erro de Serra e abandonar o
mandato no meio, caso seja eleito prefeito neste ano.
O
xis da questão, porém, é que a eleição de Haddad como prefeito de São
Paulo tornará negativo um efeito político zero que a direita midiática
obteve com a farsa do julgamento do mensalão. Além de não conseguir nada
a mais, essa direita ainda irá perder sua fortaleza política, São
Paulo. Fracasso maior seria impossível.
Blog Justiceira de Esquerda
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